Greve dos bancários cresce e Fenaban convoca novas negociações
Publicado em Notícias Escrito por Bancários Rio Sexta, 03 Outubro 2014 16:15
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Greve dos bancários cresce e Fenaban convoca novas negociações
Banco do Brasil e a Caixa Federal também marcaram nova negociação sobre as reivindicações específicas de seus empregados para esta sexta-feira, em São Paulo
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) enviou ofício ao Comando Nacional dos Bancários chamando as entidades sindicais da categoria para uma nova reunião no final da tarde de hoje (3), em São Paulo. Desde o início da campanha salarial, em agosto, os bancários fizeram oito rodadas de negociação com a federação, mas não houve consenso sobre reajustes, participação nos lucros e condições de trabalho. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Banco do Brasil e Caixa Federal também chamaram nova negociação das reivindicações específicas, para hoje.É a segunda vez que os representantes dos bancos se reapresentam para negociar desde que a categoria rejeitou a proposta econômica durante o calendário regular de negociações.
A primeira tentativa foi infrutífera. Em mesa reunida no sábado passado, dois dias depois de rejeitadas as propostas dos bancos, os interlocutores patronais limitaram-se a ajustar de 7% para 7,35% o reajuste geral dos salários e verbas (0,94% acima da inflação), e de 7,5% para 8% a correção dos pisos (1,55%). Os níveis de aumento real voltaram a ser considerados insuficientes e a decisão de iniciar greve no última terça (30) foi mantida. Hoje, quando a greve entrou no quarto dia, e com adesão se expandindo pelo país, a Fenaban voltou a solicitar negociação, marcada para começar às 17h, em São Paulo.
Ontem (2), ocorreram paralisações em 9.379 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados, nos 26 estados e Distrito Federal. Desde o primeiro dia da greve, a paralisação cresceu 42,7%, segundo a entidade.
"A força da greve arrancou do setor patronal essa nova negociação. Esperamos que os bancos apresentem uma proposta decente aos bancários para que possamos levar às assembleias da categoria", afirmou o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
"Resolver a campanha depende dos bancos", disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando. "Esperamos que venham para a mesa de negociação com uma proposta séria, que possa ser aceita pelos trabalhadores. E para isso têm de atender às nossas justas reivindicações, lembrando que não basta aumento real maior para salários, piso, PLR, vales e auxílios. Também têm de trazer solução para o grave problema da pressão por metas abusivas, da sobrecarga de trabalho com o fim das demissões, mais segurança. É isso que os bancários querem e a Fenaban já sabe."
A dirigente ressalta a participação dos bancários. "O grande ato na Paulista na tarde desta quinta, a paralisação das agências, dos call centers na quarta-feira, tudo isso ajudou a pressionar os bancos."
Também ontem, movimentos sociais endossaram manifestações de sindicatos da categoria em dez capitais onde há unidades do Banco Central, em defesa do papel social dos bancos públicos, da política de crédito direcionado específica para o setores de produção, agricultura e habitação e contra a proposta de BC independente – defendida por integrantes dos sistema financeiro privado que colaboram com o programa da candidata Marina Silva (PSB) à presidência.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, definiu a manifestação como "ato cívico" diante do debate que ocorre agora no país. "É uma discussão de projetos", afirmou. "O mundo inteiro questiona a independência dos bancos centrais. Direitistas e rentistas utilizam o Banco Central Europeu para fazer política de recessão." No Brasil, a independência significaria "colocar o BC no colo dos banqueiros".
Para o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT), ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, a manifestação foi particularmente importante para defender os bancos públicos, "que estão investindo no financiamento do nosso Brasil" e "estavam sendo preparados para serem privatizados", como ocorreu com outras instituições. "Já perdemos o Banerj, o Bemge, o Banespa, Nossa Caixa. E agora os bancos privados querem controlar o BC e mandar na economia brasileira."
Fonte: Rede Brasil Atual   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 03/10/2014
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