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Via localizada na periferia da zona sul de São Paulo recebeu nome de ex-presidente do Sindicato e promete ajudar a desafogar trânsito da região do M Boi Mirim; investimentos na região são de R$ 490 milhões
São Paulo – O prefeito de São Paulo Fernando Haddad entregou na segunda-feira 29 a Avenida Luiz Gushiken. A via foi assim batizada em homenagem ao ex-presidente do Sindicato, morto no ano passado. Localizada no extremo sul da cidade de São Paulo, integra o novo complexo viário do córrego Ponte Baixa e segue da Avenida Guido Caloi até a confluência da Estrada do M’Boi Mirim com a Rua Daniel Klein. Além de intervenções viárias, o projeto também prevê obras de canalização do córrego.
“Só essa obra aqui são [quase] R$ 500 milhões. Nós vamos chegar até a [Rua José Barros] Magaldi, que é uma rua importante, até o final deste ano, o que já vai aliviar muito [o trânsito da região] do Jardim Ângela”, afirmou o prefeito, ressaltando que a medida se soma à requalificação do corredor da Estrada do M'Boi Mirim. “Fizemos uma paralela à M'Boi, que vai ter mais efetividade no desafogamento do trânsito do que de outra forma, até pela agilidade da obra. É o maior investimento que já foi feito na história dessa região”, disse.
Também foi inaugurado um novo viaduto, de 336 metros de extensão. Ele conta com duas faixas de rolamento e funcionará no sentido centro, da Avenida Luiz Gushiken até a Avenida Guarapiranga. Um novo trecho de 480 metros do córrego canalizado também foi entregue nesta segunda-feira – vai da Rua Frederico Grotte até a Rua Guilherme Valente, pela Avenida Luiz Gushiken. Este trecho, assim como a via perimetral ao lado do complexo de viadutos, possui ciclovia e, depois de completo, possuirá um corredor ônibus cuja infraestrutura já está montada.
Há mais de 40 anos que a população aguarda a realização dessa obra que deverá beneficiar cerca de 550 mil pessoas. A área da bacia hidrográfica do córrego Ponte Baixa é de aproximadamente 6,7 km². O córrego, que desemboca no canal Guarapiranga, sofre com a poluição e assoreamentos, e em época de chuvas transborda em vários pontos.
O conjunto de obras ligado ao córrego Ponte Baixa terá o custo total de R$ 490 milhões, dos quais R$ 164 milhões serão da Prefeitura e R$ 326 milhões do governo federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Entre as intervenções previstas, estão a construção de três viadutos de interligação – dois dos quais já entregues –, e a canalização de três quilômetros do córrego, do canal do Guarapiranga até a Estrada do M'Boi Mirim. A largura do córrego está sendo ampliada de quatro metros para 16,5 metros para suportar a vazão de água na época de chuvas.
Homenagem – Durante a entrega da via, a viúva Elisabeth Gushiken e seus filhos Helena e Guilherme receberam uma réplica da placa de identificação da via (foto). “É importante nós termos obras dessa magnitude [na cidade]. Mais importante do que a canalização do córrego e [a construção] da avenida, da ciclofaixa e da faixa de ônibus, é a dignidade que essa população passa a ter com esse tipo de obra. Isso é o que vale”, destacou Guilherme Gushiken.
O ex-presidente do Sindicato morreu em 13 de setembro de 2013, após lutar por cerca de doze anos contra um câncer. Presidiu o Sindicato em 1985 e atuou ativamente contra a ditadura militar e em defesa da categoria. Funcionário do antigo Banespa, hoje controlado pelo Santander, sucedeu Augusto Campos na direção da entidade, no processo de redemocratização do país, e comandou uma greve nacional que paralisou 700 mil bancários. Iniciou sua trajetória como cipeiro, atuando na defesa dos direitos dos banespianos, e foi um dos fundadores do PT.
Em 1986 elegeu-se deputado constituinte e ajudou a construir a Constituição Cidadã de 1988, atualmente em vigência no país. Foi ainda ministro da Comunicação Social do governo Lula (2003-2005).
Veja – Acusado sem provas de envolvimento no que ficou conhecido como escândalo do mensalão, teve seu nome retirado do processo por absoluta falta de provas. Gushiken ainda processou a revista Veja devido a uma reportagem que o acusava de manter contas secretas no exterior.
Em 2006 a revista foi condenada pela Justiça em primeira instância. Em março deste ano, com Gushiken já morto, o Tribunal de Justiça de São Paulo reformou a decisão da instância inferior e aumentou o valor da indenização a ser paga pela revista: “A ré abusou da liberdade de imprensa e ofendeu a honra do autor. Deve, por isso, indenizá-lo. No que diz com valores, R$10.000,00 não condizem com a inescusável imprudência e com o poderio econômico da revista. R$100.000,00 atendem melhor às circunstâncias concretas”.
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APdoBanespa - 30/09/2014
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