“Se enfia debaixo da mesa, seu idiota!”
Dentro desse clima de reminiscências e recordações do nosso tempo de Banespa, de vez em quando circulam pela minha cabeça como se fosse um filme (de terror) as cenas dos dois assaltos por que passei quando na ativa. Ambos aconteceram no período em que fui trabalhar nos postos de serviços do HC e do Campus da USP em Ribeirão Preto. Sobre o segundo fiz até um conto chamado “Coração de Banespiano”. Foram horas seguidas passadas junto com uma quadrilha muito bem organizada que aguardou a chegada do primeiro funcionário e invadiu o banco. Eles foram rendendo o pessoal tornando-nos seus reféns até a consumação do assalto, que teve lugar com a chegada do carro forte.
O primeiro, da mesma forma cinematográfica, ocorreu no posto do HC. Era dia de pagamento. Grande fila formada pelos servidores ansiosos pelo precioso dinheirinho. Nós lá dentro no afã dos preparativos usuais para a chegada do dinheiro. De repente, tiroteio. Não deu para saber quantos tiros foram. O pânico lá fora foi imediato, terrível, dantesco. Eram os bandidos roubando o dinheiro e empreendendo fuga; se bem me lembro, parece que um deles acabou caindo do carro em que fugiam...
Tínhamos lá um segurança, baixinho, magrinho, com o apelido – se me falha a memória – de Linguiça. Não é que o Linguiça, muito valente e destemido, partiu para a porta (na verdade, era um portão de latão que não permitia ver o que estava acontecendo) fazendo menção de abri-la e reagir contra o assalto. Eu, em pé, no meio do salão, completamente desorientado, gritei: “Pelo amor de Deus, Lingüiça, não faz isso não! Fica quieto!” Ao que o meu companheiro Oscar Chiaroti me alertou, desesperado: “E você, se enfia debaixo da mesa, seu idiota!”   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 10/09/2021
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