CABESP – retirada de patrocínio, mais uma jogada do Santander
No dia 5 de dezembro passado, no processo iniciado em setembro em que foi questionada a forma com que a Cabesp pretende nos impor alterações na rede de assistência médica, hospitalar e laboratorial, a Cabesp entrou com um “Pedido de Homologação de Acordo Juntado”. De fato, no entanto, um “pedido de acordo” que esconde intenções outras que só interessam a ele, Santander. Precisaria que fôssemos muito ingênuos ou até imbecis para não percebermos, de imediato, isso.
O autor da petição caprichou no texto da petição em que tentou passar a imagem de uma Cabesp (entenda-se “presidente da Cabesp”) e de um Patrocinador “preocupados” com o déficit de suas contas. Na verdade, porém, do começo ao fim, esse “pedido de acordo”, deixa bem evidente aquela arrogância que caracteriza o tratamento que nos é dado pelo Santander. Logo no item 2 da petição é afirmado que a competência para aprovar as mudanças propostas com relação ao atendimento é da Diretoria, e não da Assembleia. Essa arrogância aparece também quando propõe (dentro do acordo a ser firmado) que três ações em trâmite sejam extintas: uma de 2016, Ação Civil impetrada pela Abesprev, e duas deste ano, uma de Wagner Cabanal e outra da Comissão Eleitoral, ambas relativas ao processo eleitoral.
E há também várias incoerências, uma delas gritante, como a que está no item 4 onde consta que “a Cabesp se compromete a obter do Banco Santander, nos termos do artigo 37 do Estatuto Social vigente, a aprovação necessária a levar a efeito as alterações mencionadas”...Que “aprovação necessária” é essa? O artigo citado não fala nada disso. E, se o próprio Banco Santander faz parte do “acordo”, já não fica implícita essa “aprovação”?
Mas a grande tacada mesmo está no lance da retirada do patrocínio. Ameaça. Chantagem emocional. As duas coisas juntas! E esse fato inevitavelmente nos leva a refletir sobre as consequências que podem nos advir caso o banco venha a tomar tal atitude. A primeira questão a ser levantada é se ele, realmente, pode fazer isso, deixar de aportar dinheiro todo mês ao caixa da Cabesp? Data vênia, salvo melhor juízo, quero crer que sim, que ele possa fazê-lo. Contudo, entendo que, por outro lado, não é algo tão simples assim do jeito que ele (Santander) está colocando. Até porque, se assim tão simples fosse, por que ele estaria usando todo esse lero-lero: anunciaria a sua decisão, e pronto! Por sinal, esse é um “prato cheio” para os possíveis “entendidos” - que temos entre nós nessa matéria - se manifestarem. Por gentileza, manifestem-se!
Outro aspecto da maior relevância é que essa atitude do nosso Patrocinador acende uma luz amarela que nos alerta sobre a necessidade de começarmos a discutir o assunto – em todas as esferas, em todos os níveis e, sobretudo, abertamente – agora, já, pra valer! É muito importante que o tema seja levantado nas suas diversas variantes: 1- Pode ele, Santander, sair assim, tranquilamente, como se nada nos devesse? 2- Para tanto, antes de qualquer coisa, não teria que se fazer uma auditoria rigorosa, por nós contratada, para levantar a real situação econômico-financeira da Cabesp? 3- Se perdermos a participação do Santander no aporte de capital, como iremos seguir mantendo o atendimento da Cabesp? 4- A saída dele, Santander, teria o lado positivo de nos livrar da sua prepotência e a possibilidade de administrar a Cabesp da maneira mais adequada as nossas necessidades, é verdade, mas de que forma poderíamos viabilizar isso?
Uma das respostas a esta última questão seria, por exemplo, a AFABESP, na condição de nossa legítima entidade representativa, assumi-la. Uma utopia? Pode ser. Mas acho que não!
Na minha visão, tudo isso colocado implica na necessidade de que a AFABESP se posicione como LÍDER, assumindo - por si só e contando com as forças que tem - a condução desse debate. Já ficou provado que a propalada união com a Afubesp nenhum benefício nos trouxe: ao concordar com o SIM no aumento das contribuições e quando cedeu dois cargos na Cabesp. Ela, Afubesp, pode até se unir a nós, mas quem deve decidir é a AFABESP. E se tem que haver um consenso, que seja entre nós, AFABESP e seus ASSOCIADOS.
Eros, Getúlio, Orlando, usem a “maquina” das Afabans que têm à disposição! Ouçam-nas! E que elas ouçam os seus associados!
Sergio Neubauer, ouça os Conselheiros! Abra o Conselho ao debate franco e democrático!
Só assim poderemos chegar a um bom termo.   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 09/12/2019
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