Defasagem nos valores cobrados dos trabalhadores a título de IR já é superior a 83%, diz especialista
Postado em 22 de janeiro de 2018
Janeiro é o mês das férias e das contas para pagar. Não há trabalhador que não sofra neste período com cada uma das faturas que chegam. IPVA, IPTU, matrículas e materiais escolares estão na lista de obrigações que pesam no bolso e podem deixar qualquer um no vermelho.
Segundo dados da Receita Federal e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o país com maior carga tributária – a soma de todos os impostos pagos pelos cidadãos e empresas em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB) – registrada na América Latina. Por aqui, a cobrança de impostos é equivalente a de países desenvolvidos como Reino Unido e Nova Zelândia, por exemplo.
Para piorar esta realidade, desde 2015 não é aplicada nenhuma correção na tabela do Imposto de Renda (IR) e ainda não há sinais de que algo irá mudar em 2018.
A referida tabela acumula defasagem superior a 83% tendo em vista o período desde 1996, de acordo com o especialista em Imposto de Renda da Crowe Horwath (rede global nas áreas de impostos, auditoria e consultoria), Daniel Nogueira. “A expectativa é de que não haja muitas alterações em relação aos últimos anos. Existem projetos de lei para que tenhamos novidades este ano, porém nada ainda muito concreto”, comenta o especialista.
Como consequência, pessoas que deveriam estar isentas acabam pagando IR e contribuintes que deveriam pagar menos, se encontram em faixa de renda com alíquota maior.
Por isso, a Afubesp acredita ser essencial pressionar o Governo a corrigir a tabela este ano para minimizar prejuízos acumulados ao longo do tempo, sendo que muitos deles poderiam até deixar de pagar.
Atualmente são isentos apenas os trabalhadores que recebem salários até R$ 1.903,98. No caso dos bancários, não escapam do leão nem aqueles que acabam de ingressar em uma instituição financeira em escritório (R$ 2.000,21) ou caixa (R$ 2.522,61), contratados com carga horária de 6 horas.
“Caso tenhamos alterações na tabela, pessoas que hoje são obrigadas a recolher o imposto de renda talvez não tenham esta obrigação em 2018, sendo assim, haveria impacto direto no bolso do contribuinte. Além disso, muitos contribuintes poderiam mudar de faixa, havendo reflexo assim mesmo pra quem continuaria recolhendo”, explica Daniel Nogueira.   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 25/01/2018
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