Renovado, ‘Banespão’ reabre com onze andares de atrações |
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Fechado há dois anos para reforma, o Edifício Altino Arantes agora é Farol Santander e conta com pista de skate, mostra de Vik Muniz e loft de luxo Por Ana Carolina Soares access_time 19 jan 2018, 06h00
Edifício Altino Arantes, que reabre após dois anos sob o nome Farol Santander (Leo Martins. Agradecimento: Condomínio Prédio Martinelli/Veja SP)
Erguido em 1947 para abrigar a sede do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), o Edifício Altino Arantes, no centro, recebeu o nome do então presidente da instituição. Nos anos seguintes, o local acabou sendo rebatizado pelos paulistanos com apelidos como “Banespão” ou “nosso Empire State”, esse último em referência ao arranha-céu nova-iorquino que serviu de inspiração para o arquiteto Plínio Botelho do Amaral.
Com 35 andares e 161 metros de altura, o prédio virou cartão-postal da metrópole e manteve durante mais de uma década o posto de construção mais alta da cidade — perdeu a liderança em 1960, para os 170 metros do Condomínio Mirante do Vale, no Vale do Anhangabaú. Em 2000, ao adquirir a antiga instituição financeira, o Santander tornou-se o dono do imóvel e manteve a concorrida visita ao mirante. Em junho de 2015, no entanto, a empresa fechou o lugar para iniciar uma reforma.
Na quinta (25), dia do 464º aniversário de São Paulo e poucos meses depois de o edifício completar setenta anos, esse ícone paulistano recebe nome e visual novos. Às 20h30, 124 luminárias serão acesas no seu topo para marcar a inauguração do Farol Santander, um centro de empreendedorismo, cultura e lazer. Na sexta, o local abre as portas ao público (a capacidade máxima é de 800 visitantes por dia).
O campeão mundial Bob Burnquist projetou uma pista de street (Leo Martins/Veja SP)
Se antes havia apenas o mirante do 26º piso, agora ele vai oferecer onze andares para visitação, com atrações para todos os gostos, como um museu com a história do Banespão, exposições de arte, palestras sobre empreendedorismo, um loft e até uma pista de skate. Estima-se que o projeto tenha consumido mais de 30 milhões de reais, informação não confirmada pelo banco.
A decisão de tirar os escritórios de lá surgiu em janeiro do ano passado. Desde então, uma equipe de aproximadamente 2 000 pessoas tocou diversas obras de restauração e instalação de novos ambientes no espigão, tombado desde 2014 pelo conselho estadual de patrimônio histórico, o Condephaat. Há diferentes modos de usufruir o lugar. O mais simples é optar pelo tradicional passeio ao mirante, por 15 reais (entradas podem ser adquiridas na portaria ou pelo site www.farolsantander.com.br).
De lá é possível desfrutar uma visão de 360 graus, com direito à observação da Serra do Mar, do Pico do Jaraguá, de prédios da Avenida Paulista e das principais construções do centro, região que vem passando nos últimos anos por um processo de revitalização. Todos esses pontos estarão sinalizados em novas placas de vidro, para aumentar a segurança e facilitar a orientação dos visitantes. O espaço também ganhou uma unidade do Suplicy Cafés Especiais, que oferecerá almoço executivo (a partir de 42 reais), brunch nos fins de semana (a partir de 65 reais) e drinques.
O ponto turístico ganhou vidros com sinalização das atrações da cidade (Leo Martins/Veja SP)
As demais atrações são divididas em quatro eixos: memória, arte, lazer e empreendedorismo. No caso do primeiro, há um roteiro para visitação a quatro andares (custa 17 reais e inclui a ida ao mirante). O tour começa no 2º andar, onde um vídeo apresenta a história do prédio. No 3º, um painel interativo resgata a história do nosso dinheiro, dos réis ao real. O 4º traz uma exposição permanente do artista Vik Muniz, com sete painéis feitos com mais de 10 toneladas de sucata. As imagens retratam o entorno do edifício. No 5º, o Núcleo de Memória Institucional da Coleção Santander Brasil reuniu alguns móveis originais, produzidos pelo tradicional Liceu de Artes e Ofícios.
No setor de arte, o 22º e o 23º andares abrigarão sempre dois profissionais, um nacional e o outro estrangeiro, que abordarão um mesmo tema em temporadas de quatro meses. Na estreia, uma reflexão sobre paisagens. Os russos do coletivo Tundra apresentam a instalação The Day We Left Field. Em um ambiente com iluminação especial, sons diversos e paredes espelhadas, o grupo espalhou grama sintética no teto e no chão. No piso inferior, a paulistana Laura Vinci apresenta a instalação Diurna. Com as janelas abertas, são projetadas sombras de árvores nas paredes e espalhadas pela sala 150 folhas fundidas em latão e banhadas em ouro.
Peça de cristal com 13 metros de altura, 10 000 itens e 1,5 tonelada foi restaurada (Leo Martins/Veja SP)
A curadoria dessa seção é do empresário Facundo Guerra, que adotou o conceito da arte imersiva, em que o visitante interage com as obras. “Com os celulares e as redes sociais, o público não se contenta mais em apenas ver os trabalhos”, diz. Para passear por lá, o visitante desembolsa 17 reais (com direito ao mirante) ou 20 reais (se quiser ver também a área de memória).
No pacote de entretenimento, o principal destaque é uma pista de skate projetada pelo campeão mundial Bob Burnquist. Localizada no 21º andar, ela conta com um percurso de street, a estrutura para iniciantes e avançados. Para andar ali será preciso pagar 50 reais por hora. No local também haverá aulas, com preço entre 120 e 200 reais.
O 25º piso abrigará um loft criado pelo premiado escritório de arquitetura Triptyque. Por uma diária de 4 000 reais, será possível hospedar-se no apartamento de 350 metros quadrados com vista panorâmica (as reservas serão feitas pelo Airbnb). O imóvel tem capacidade para abrigar cinco pessoas, e a estada inclui um guia turístico. A banda americana Foo Fighters, que se apresenta na capital em fevereiro, deve se instalar ali. Também será possível alugar o espaço para eventos com até cinquenta pessoas.
Móveis de executivos do Banespa, produzidos pelo Liceu de Artes e Ofícios, estarão expostos (Leo Martins/Veja SP)
No eixo de empreendedorismo, a Garimpo de Soluções coordena, no 8º andar, palestras quinzenais aos sábados para uma plateia de até 100 pessoas. A primeira ocorrerá no próximo dia 3, sobre moda sustentável, com Juliana Pirani, do eFitFashion, e Enrica Arena, da empresa italiana Orange Fiber.
O conjunto de atividades e atrações foi concebido para transformar o velho Altino Arantes em um novo ponto turístico na cidade. “A grandiosidade de São Paulo merecia um presente à altura”, afirma Marcos Madureira, vice-presidente executivo de comunicação, marketing, relações institucionais e sustentabilidade do Santander Brasil.
ESPIGÃO DE ATRAÇÕES
A distribuição das novidades que ocuparão os vários andares do famoso prédio da região central
Mirante
O ponto turístico ganhou vidros com sinalização das atrações da cidade, além de mesinhas na varanda do Suplicy Cafés Especiais
Pista de Skate
O campeão mundial Bob Burnquist projetou uma pista de street com capacidade para até quinze pessoas por hora
Vik Muniz
O artista plástico exibe sete painéis com retratos do prédio produzidos à base de 10 toneladas de sucata
O artista plástico Vik Muniz exibe sete painéis com retratos do prédio (Leo Martins/Veja SP)
Memória
Móveis de executivos do Banespa, produzidos pelo Liceu de Artes e Ofícios, estarão expostos
Lustre
Peça de cristal com 13 metros de altura, 10 000 itens e 1,5 tonelada foi restaurada
Farol Santander. Rua João Brícola, 24, centro. www.farolsantander.com.br. Ter. a dom., 9h às 20h. 17 a 20 reais.   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 20/01/2018
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