Na cidade do Rio de Janeiro, o número de
agências paradas passou de 200, na terça-feira,
para 274 ontem (confira mais fotos na página
4). Também pararam seis grandes prédios
(Banco do Brasil do Sedan e do Andaraí, CEF
da Barroso, Call Center do Santander e o
Santander da Presidente Vargas, antigo Realzão,
além do Bradesco Pio X.
Desde a sua deflagração, no dia 6, a greve
é forte em todo o país, não apenas no Rio de
Janeiro. Nesta quinta-feira, o movimento
cresceu ainda mais, chegando a 8.454 agências
e 38 centros administrativos com as atividades
paralisadas. Este número representa 35,91%
das agências bancárias do país e um cresci-
mento de 13% da mobilização, na comparação
com a última terça-feira.
GREVE GARANTE NEGOCIAÇÃO
O movimento já é um dos mais expressivos
dos últimos anos, um dos motivos que levaram
os bancos a propor o retorno das negociações.
A rodada foi marcada para esta sexta-feira (9/
9), às 11h, em São Paulo. Os bancários farão
nova assembleia na próxima segunda-feira (12/
9), às 17 horas, em local a ser definido. Na
mesma data, o Comando de Greve se reunirá,
no Sindicato, às 16 horas.
A força da greve mostra a insatisfação com
os 6,5% mais R$ 3 mil de abono. Essa
proposta não repõe sequer as perdas salariais
decorrentes da inflação de um ano (9,57%) e |
ignora a reivindicação de 5% de aumento real.
A insatisfação é também com a postura dos
bancos de rejeitar a quase totalidade das
reivindicações. Entre elas, PLR de três salários
mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas,
ao assédio moral e sexual, fim da terceirização,
mais segurança, melhores condições de
trabalho, a defesa do emprego e a proteção
das empresas públicas e dos direitos da classe
trabalhadora.
Desde a data da entrega da minuta de
reivindicações dos bancários à Fenaban, em
9 de agosto, já ocorreram cinco rodadas
de negociações. Nelas, os banqueiros não
apresentaram qualquer proposta decente.
“Os bancos não têm motivos para agir desta
forma. Basta lembrar que o sistema
financeiro continua sendo o setor que mais
lucra no país. Temos que fortalecer ainda
mais a nossa pressão para fazer com que a
Fenaban negocie com seriedade e apre-
sente uma proposta que atenda às neces-
sidades da categoria”, afirmou a presidenta
do Sindicato, Adriana Nalesso.
A dirigente lembrou que os cinco
maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do
Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$
29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016,
mas, extinguiram 7.897 de postos de
trabalho nos primeiros sete meses do ano.
Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais
de 34 mil empregos. |