Presidente do Santander usa PLR para pressionar bancários
Publicado em Bancários Rio 15 Fevereiro 2016
Em vez de parabenizar os funcionários, que merecidamente recebem PLR cheia no dia 19 de fevereiro, o novo presidente do Santander, Sérgio Rial, transformou o pagamento da conquista para pressionar por metas e praticar o assédio moral. Em carta aos funcionários, Rial exige que os bancários intensifiquem o já elevado ritmo de trabalho e se esforcem ainda mais na fidelização de clientes e na venda de produtos."Dia 19 de fevereiro esse crédito será feito em suas contas", lembra o presidente, para logo em seguida chegar ao ponto: "Peço para que reflitam: o passado não garante o presente e muito menos o futuro". E prossegue: "Volto a dizer, apesar do seu caráter de excepcionalidade, estamos pagando a maior PLR que já pagamos, poucas empresas podem falar isso hoje para os seus funcionários. Pensem nisso quando entrarem nas agências e nos locais de trabalho todos os dias", diz a carta.
Para o movimento bancário, a fala do banqueiro soa como uma ameaça e alusão velada ao risco de demissão, medo constante entre os funcionários. Bater meta no mês passado ou ter sido um ótimo funcionário no ano passado não é garantia de nada perante a empresa, para a qual o que importa é bater a meta agora.
Pressões
O comunicado prossegue com as cobranças: "A nossa linha de receita com os clientes sofreu e, dado o entorno macro, peço que cada um aumente o grau de intensidade do relacionamento comercial". Sérgio Rial, que fala em nome do Comitê Executivo do banco, exige ainda mais esforços dos gerentes-gerais. "Gostaria que todos os gerentes-gerais se tornem, em breve (aqueles que ainda não o fazem), responsáveis por um portfólio de clientes tanto PJ quanto PF. Gerentes-gerais não são gerentes de atendimento sênior, mas, sim, os grandes bandeirantes, levando nossa bandeira comercial aos pequenos negócios, aos melhores clientes a serem adquiridos, e trabalhando dia e noite para reter os existentes", diz o documento.
Crueldade
A fala do presidente do banco é injusta e cruel com os gerentes, que, apesar da dedicação integral para manter clientes, são pressionados diretamente pelo presidente do banco.
"É bom lembrar que, sem o esforço dos funcionários, o Santander não teria conseguido ampliar o número de clientes do banco, que passou de 31,4 milhões em 2014, para 33,5 milhões em 2015, registrando um crescimento de 6,6% num ano de retração da economia", diz a diretora executiva de Assuntos Jurídicos do Sindicato Cleyde Reis Magno. Ela acrescenta que, em 2014, "havia 637 clientes por bancário no Santander. Essa relação subiu para 670 em 2015. Mas, em vez de o presidente parabenizar os trabalhadores pelo desempenho, cobra que trabalhem ´dia e noite´".   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 16/02/2016
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