Isenção de tarifas para bancários foi conquistada graças à insistência e pressão da Afubesp e sindicatos
Grande avanço para os trabalhadores do Santander. Funcionários ativos e aposentados do banco terão isenção de tarifas garantida na Conta Combinada funcionário. A conquista veio em reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) e Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) do Santander realizada na quinta-feira (18). Na reunião, foram debatidos temas como condições de trabalho, além da reivindicação pela contratação de mais funcionários para suprir demandas impostas por metas abusivas.
A respeito das tarifas, o acordo veio após muitas reuniões com o Santander, que não concordava em formalizar o benefício. O presidente da Afubesp Camilo Fernandes, que participou ativamente das etapas dos debates, comemora o êxito. "Valeu nossa reivindicação e dedicação para isentar as tarifas. Esta é uma luta histórica da Afubesp e a conquista beneficiará a todos", diz. O dirigente frisa, ainda, que a isenção era adotada pontualmente por agências, e agora com a formalização vale para todos os bancários do banco. Maria Rosani Gregorutti, coordenadora da COE e diretora da Afubesp, lembra que a medida era um acordo verbal desde a compra do Banespa. "Agora, com entrada na ata oficial do banco e publicação na intranet, não tem como voltar atrás", ressalta.
A conquista vem após episódio das correspondências do banco que avisavam sobre um alto reajuste nas tarifas em maio, pegando os funcionários de surpresa. Questionado, o banco desmentiu a informação enviada e justificou erro de comunicação. Vale frisar que a isenção cobre somente a Conta Combinada funcionário. O pacote Van Gogh Max funcionário (código 5095), ainda terá a tarifa de R$ 14,60.
Condições de trabalho - No debate sobre metas abusivas, os sindicalistas denunciaram que a situação piorou após o banco lançar, em janeiro, o plano Jeito Certo, que propunha mais foco nos clientes e não nos produtos. "Apresentamos casos em que os gestores cobram as novas metas, do plano, e também as antigas. Até porque, os pontos do Jeito Certo não são suficientes para o Superanking", explica Maria Rosani.
O banco se comprometeu a fazer um balanço do plano no final do primeiro semestre e passar os dados aos dirigentes para uma avaliação conjunta.
O Comitê de Relações Trabalhistas do Santander atendeu a outra reivindicação dos trabalhadores ao propor uma cartilha de orientação com as regras de abertura e prospecção de contas universitárias. De acordo com a categoria, no início dos períodos letivos as cobranças e o desrespeito aos horários de trabalho aumentam muito.
Assuntos como a falta de caixa e o acúmulo de responsabilidade dos gerentes-gerais administrativos - que, segundo os sindicalistas, reforçam a necessidade de contratações - e a segurança nas agências de negócios também foram abordados. O banco argumenta que a lei não pede segurança neste tipo de estabelecimento, e os dirigentes prometem insistir no tema.
Bolsas de pós - Antes do final do encontro, o Santander admitiu falha no sistema e prometeu disponibilizar em seu site, já na próxima segunda-feira (22), as inscrições para as 800 bolsas de estudos para pós-graduação. O prazo de inscrição vai até a terceira semana de julho e os critérios de desempate serão os mesmos usados para a graduação. A única diferença é que só pode receber o benefício quem tiver um ano de vínculo com a instituição.
Fórum de Saúde - Também nesta quinta-feira, houve reunião do Fórum de Saúde. O Santander reconheceu o atraso na marcação para consultas e exames psiquiátricos, que chegam a demorar 40 dias, e culpou as operadoras. "Pedimos uma atuação enérgica e imediata junto aos responsáveis. Mais do que isso, queremos uma análise das causas para a alta demanda deste tipo de atendimento que, com certeza, é gerada pelo modelo de pressão dos bancos", afirmou Marcelo Gonçalves, membro da COE e diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Os representantes dos trabalhadores cobraram revisão do kit afastamento, série de documentos que o bancário precisa preencher ao sair de licença. "Um bancário com AVC não consegue, em uma semana, prestar essa série de informações sobre sua doença. Pedimos bom senso na formatação deste tipo de regra. O prazo não pode ser menor que 10 dias nem com ameaça de penalidade", exemplificou Gonçalves.
Outra reivindicação é o parcelamento na devolução do adiantamento de salários, no caso de afastamento médico. Os bancários pedem que a parcela comprometa, no máximo, 20% da renda mensal do trabalhador e não a vista, como é atualmente.
Os dirigentes sindicais contestaram a avaliação do banco ao atestado médico. Eles pediram que este processo não ocorra durante a licença e também a reformulação da intimação para o trabalhadores comparecerem a uma consulta com o médico do banco, afim de tirar dúvidas sobre a necessidade de afastamento. "Desconfiança e intimidação não são as melhores maneiras de tratar os funcionários", afirmou. Foi denunciada ainda a ingerência sobre os atestados de saúde ocupacional. O banco se comprometeu a descredenciar qualquer clínica que seja flagrada atendendo aos desejos dos chefes de departamentos e não avaliando as reais condições do trabalho.
Por fim, foi acertada uma reunião para discutir o programa Retorne Bem, estabelecido unilateralmente pelo banco. A categoria pede participação na reformulação para atender melhor aos trabalhadores.
Afubesp com informações da Contraf-CUT - Foto: Seeb-SP   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 19/06/2015
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