Vou contar mais 2 fatos que não tenho vergonha alguma, pelo contrário,
tenho orgulho e hoje acho até engraçado.
Meus pais eram muito pobres e não podiam me ajudar mais do que
ajudaram. Depois que saí do exército nunca mais dependi deles.
Antes de ir para SP eu trabalhei em São José dos Campos.
Trabalhei primeiro na Alpargatas, era auxiliar de escritório e ganhava
uma mixaria. Vim com mais 3 colegas de Pindamonhangaba.
O máximo que conseguimos foi alugar um quarto, para os 4, onde
tinha uma única cama de casal. Eu e mais 1 trabalhávamos de dia,
outros 2 à noite, das 22,00 às 6,00 da manhã.
À noite dormia eu e mais um amigo que trabalhava de dia, mas como
a gente trabalhava até as 17,00 horas tinha de ficar esperando, do
lado de fora, desocupar a cama dos que trabalhavam à noite, o que
só ocorria em torno de 21,00 horas.
Depois fui trabalhar como inspetor de qualidade na Eaton, que fabrica
peças de automóveis. Lá eu trabalhava 15 dias durante o dia e 15 dias
durante a noite.
Daí eu já morava em uma pensão, em um antigo prédio comercial, cuja
frente eram daquelas portas de aço, de enrolar. Minha cama ficava
perto da porta. Quando eu trabalhava durante o dia, não tinha problema,
dormia normalmente há noite. Quando eu trabalhava à noite chegava
na pensão mais ou menos às 8,00 da manhã. Por volta de 10,00 horas
a dona da pensão abria a porta e eu ficava dormindo, não na rua, mas ao
lado da calçada. Quando acordava eu via o povo passando ao
meu lado, mas não estava nem aí ! De vez em quando eu levantava,
ia ao banheiro e voltava dormir como se nata estivesse acontecendo.
Por isso que eu valorizo e luto pelo pouco que consegui no banco !   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 16/12/2014
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