20 de Outubro de 2014
Os trabalhadores do Banespa que lutaram durante seis longos anos para evitar a venda do banco pelo governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) nunca irão esquecer dos trâmites que levaram à privatização, ocorrida em 20 de novembro de 2000. No entanto, mesmo após tantos anos após o fatídico dia, a resistência do movimento do qual a Afubesp faz parte segue garantindo conquistas e direitos dos bancários aposentados e da ativa.
Além disso, lembramos da vitória da manutenção do Banesprev e da Cabesp para além do tempo previsto no edital de privatização (18 meses e 60 meses, respectivamente), obtida em negociações com o banco entre os sindicatos e a associação.
Os frutos desta luta continuam brotando: graças à mobilização constante, a renovação do Acordo Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho com vigência para os próximos dois anos está próximo, com avanços referentes à melhoria das condições de trabalho, igualdade de oportunidades, bolsa-estudo, assinatura do termo de compromisso da patrocinadora com Cabesp/Banesprev, entre outros pontos que fazem diferença na rotina dos bancários. Os resultados da negociação serão submetidos em assembleia no dia 26 de novembro. O Santander é o único banco privado no Brasil que possui um acordo aditivo específico - o que é uma grande vitória para seus trabalhadores.
Quatorze anos após o capítulo que marcou a história dos banespianos, a Afubesp segue forte e lado a lado com os funcionários aposentados e da ativa oriundos do Banespa e ampliando atuação para atender as demandas de todos os trabalhadores do Santander, lutando em questões trabalhistas e políticas - além de oferecer serviços e atendimento jurídico de qualidade aos seus associados.
Resgate histórico - À época da privatização, a Afubesp e os sindicatos - com o apoio e participação ativa da sociedade em geral - protagonizaram diversas batalhas entre reuniões com parlamentares, vigílias e ações na justiça com o objetivo de suspender a entrega do banco paulista e de enfrentar a política privatista do então governo. Em resistência, o entendimento era de que este modelo aliado aos interesses internacionais beneficiava os grandes bancos privados e atacava os direitos trabalhistas. Porém, na manhã do dia 20 de novembro de 2000, o Banespa foi vendido por preço subavaliado ao Santander na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, despertando tristeza e indignação daqueles que defendiam a soberania nacional.
Desfechos como este não ocorreram somente com o Banespa, mas com outros tantos bancos outrora estatais, como o Meridional, o Banerj e outros. Durante os anos 1990, privatizar era ato recorrente: a Vale do Rio Doce, CSN, Telebrás e Eletropaulo também foram entregues com a promessa de solução dos problemas nacionais. No entanto, a miséria aumentou, os serviços foram sucateados, a dívida externa se agravou e a taxa de desemprego bateu alta recorde.
Com o histórico de políticas entreguistas, não é de se espantar que os trabalhadores se preocupem atualmente com ameaça da redução do papel dos bancos públicos, que pode significar redução de empregos, fechamento de agências e até mesmo a retomada da onda de privatizações. No campo salarial, os bancários - que recebem reajustes acima da inflação todos os anos desde 2004 - não querem retrocesso. Funcionários de bancos públicos como a Caixa e Banco do Brasil, que antes tinham como prioridade lutar pela manutenção de seus empregos, somaram 21,3% de ganho nos salários desde então. De 1995 a 2003, houve em somente quatro anos ganho real ante seis anos de perda, sem contar o agravamento do cenário por conta das demissões.   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 22/11/2014
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