Privatização do Banespa completará 14 anos em novembro - 20 de Outubro de 2014
Não à política de privatizações!
Os trabalhadores do Banespa que lutaram durante seis longos anos para evitar a venda pelo governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) nunca irão esquecer dos trâmites que levaram à privatização do banco. Tampouco apagarão da memória a resistência contra a federalização durante o governo estadual de Mário Covas - que tentou ludibriar os banespianos em carta (imagem no www.afubesp.org.br/noticias) - e em tantos outros momentos que ameaçaram o patrimônio da ex-estatal e os direitos de seus funcionários.
À época, a Afubesp e os sindicatos - com o apoio e participação ativa da sociedade em geral - protagonizaram diversas batalhas entre reuniões com parlamentares, vigílias e ações na justiça com o objetivo de suspender a entrega do banco paulista e de enfrentar a política privatista do então governo. Em resistência, o entendimento era de que este modelo aliado aos interesses internacionais beneficiava os grandes bancos privados e atacava os direitos trabalhistas. Porém, na manhã do dia 20 de novembro de 2000, o Banespa foi vendido por preço subavaliado ao Santander na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, despertando tristeza e indignação daqueles que defendiam a soberania nacional.
Desfechos como este não ocorreram somente com o Banespa, mas com outros tantos bancos outrora estatais, como o Meridional, o Banerj e outros. Durante os anos 1990, privatizar era ato recorrente: a Vale do Rio Doce, CSN, Telebrás e Eletropaulo também foram entregues com a promessa de solução dos problemas nacionais. No entanto, a miséria aumentou, os serviços foram sucateados, a dívida externa se agravou e a taxa de desemprego bateu alta recorde.
Com o histórico de políticas entreguistas, não é de se espantar que os trabalhadores se preocupem atualmente com ameaça da redução do papel dos bancos públicos, que pode significar redução de empregos, fechamento de agências e até mesmo a retomada da onda de privatizações. No campo salarial, os bancários - que recebem reajustes acima da inflação todos os anos desde 2004 - não querem retrocesso. Funcionários de bancos públicos como a Caixa e Banco do Brasil, que antes tinham como prioridade lutar pela manutenção de seus empregos, somaram 21,3% de ganho nos salários desde então. De 1995 a 2003, houve em somente quatro anos ganho real ante seis anos de perda, sem contar o agravamento do cenário por conta das demissões.
A privatização do Banespa foi um dos episódios mais emblemáticos de um cenário de arrocho salarial, desemprego, dívida externa e riscos iminentes da entrega do patrimônio estatal. Hoje, diante dos mesmos rostos já conhecidos, cabe a reflexão sobre o passado.   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 29/10/2014
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