Bons tempos aqueles em que podíamos contar com um convênio de saúde no qual os médicos faziam questão de trabalhar. Existia o Banespa, que funcionava como um elo entre nós e a rede credenciada da Cabesp. Os médicos eram nossos clientes; podemos até dizer que eram nossos amigos.
Mas o Banespa acabou. Nós, que somos a razão de ser da Cabesp, estamos acabando. Clientela reduzindo - e reduzida - fez com que o nosso convênio – antes procurado – fosse ficando cada vez menos interessante aos profissionais da saúde. Tendo que atuar num país de dimensão continental (temos banespianos aposentados espalhados por este Brasil afora), é hoje uma missão tremendamente complicada manter um nível de atendimento adequado às nossas necessidades. Por isso entendo que, antes de ‘jogarmos pedras’ nos diretores da Cabesp, deveríamos refletir sobre as dificuldades que eles enfrentam.
Há uma corrente que 'joga pesado', que prega – dentre outras coisas – que a Cabesp tem reservas suficientes até para pagar melhor os médicos e hospitais, e assim garantir uma melhora na sua assistência. Será tão simples assim? Entendo que não. A gestão de um convênio de saúde tão complexo - como a nossa Cabesp - não é nada simples. Ela foi montada para abrigar uma coletividade que, supostamente, perduraria enquanto perdurasse o banco estatal da mais forte unidade da Federação.
Contudo, esse banco acabou. Ninguém pensou que isso um dia pudesse acontecer. Ninguém pensou como ficaria a Cabesp sem ele. Mas agora temos que pensar. E cuidar dela. Para que a tenhamos enquanto por aqui ainda estivermos.
Problemas com o atendimento surgem e vão continuar surgindo. Relatos como o feito no “Apdobanespa’ por um colega de Penápolis – safenado e com dois ‘stents’ -, que não consegue marcar consulta com o seu cardiologista, nos trazem uma justificada inquietação. Automaticamente, nos colocamos no seu lugar – e nos preocupamos, é óbvio.
Como ponderei antes, de nada nos servirá criticar apenas por criticar aqueles que lá estão incumbidos de gerir a Cabesp. Uma coisa é não aceitar a ausência de comunicação, a falta de informações que mantém a grande maioria dos beneficiários da nossa Caixa de Assistência alheios às dificuldades rotineiramente enfrentadas pelos seus gestores – como ocorreu no caso do Cabesp Família Outra, diferente, é simplesmente afirmar que não estão cumprindo o seu papel.
Na minha opinião, o que falta é o entrosamento que precisa haver entre os diretores (financeiro, administrativo e operacional) e nós. A boa gestão da nossa Cabesp tem que ser um processo de mão dupla, ou seja, eles (diretores) fazendo a sua parte e nós (associados) fazendo a nossa. Dum lado, isso implica em que seja aberto na Cabesp um canal de comunicação (efetivo); do outro, a atuação das Afabans, no trabalho importante de manter contato com a rede credenciada e, ao mesmo tempo, oferecer aos seus associados os seus préstimos no encaminhamento dos problemas por eles enfrentados.
Sabemos que esses problemas localizam-se principalmente no atendimento, setor que está afeto à diretoria operacional. Ainda bem que nesta área podemos contar com um colega dedicado, Jorge Lawand, que vem dando o melhor de si pela Cabesp, sempre solícito aos nossos anseios e atento às deficiências que ali acontecem. Getulio de Souza e Ricardo Mitsouka são os dois eleitos por nós e, dentro do que lhes compete, podem dar as suas contribuições. Podem, por exemplo - com o apoio logístico da Afabesp -, manter visitas periódicas às Afabans, promovendo a discussão sobre temas relativos às suas diretorias, ouvindo as queixas e as reclamações do nosso pessoal – quase sempre desinformado.
Não sou dono da verdade. Mas, fora dessas iniciativas, francamente, não vejo qualquer mudança nesse cenário: vamos ficar a vida inteira lendo as mesmas queixas e as mesmas reclamações a respeito da Cabesp, e sujeitos a sentir - na própria pele - os mesmos problemas que vão originar as mesmas queixas e as mesmas reclamações.
Antonio Galvão Raiz Porto   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 13/04/2014
| Ver Comentários | Comentar |
|