Às vezes deparamos com algumas posições que é difícil deixar de contestar, ainda mais quando partem das cabeças de um colegiado que dizem falar em nome de uma categoria. No início de abril recebi o Dignidade, edição 36 e, na página 2, deparei com uma matéria desnecessária e provocativa.
Com o título MAIS DO MESMO, NOVAMENTE, o artigo, em desrespeito ao jogo democrático, joga a culpa nos eleitores quando afirma que os banespianos elegeram pessoas sem nenhum histórico de luta para os cargos de diretoria e Comitê de investimentos do Banesprev. Culpados de quê? E segue com outras considerações: “com o manjado esquema de voto por correio”, como se fôssemos um bando de irresponsáveis.
Ora, perder uma eleição faz parte do jogo, e reclamar também. O que não precisava é um artigo que começa de maneira tendenciosa que fala em “parte dos banespianos”, quando deveria dizer, “a maioria esmagadora”. O coordenador da CNAB encerra dizendo a seguinte pérola: “Vamos, mais uma vez, ter mais do mesmo: omissão e conivência”. Conivência?
Toda derrota é uma lição e, a partir dela, é preciso lucidez para entender o resultado desfavorável. Talvez lhes faltem esse quesito, e, para ajudá-los, vou trazer à baila um assunto para refrescar lhes a memória, que está travado no gogó de cada aposentando, que é o enterro da CPI do Santander. Vamos falar um pouco sobre a sua triste sina.
Na edição nº 20, maio/2011, página 3, o informativo Dignidade anunciava com letras garrafais: A UM PASSO DA CPI. Chegaram a trazer o deputado Berzoini para reforço à nossa causa, com direito a fotos e tudo mais. O apoio da CNAB era inquestionável. Quanta esperança!
Meses depois, em setembro, edição 23, outra manchete, página 4: BANCARIOS COBRAM INSTALAÇÃO DA CPI NA CAMARA DE DEPUTADOS. O texto dizia que diretor da Afubesp foi a Brasilia entregar carta ao presidente da Casa, Marcos Maia (PT), reivindicando investigação referente aos títulos públicos. Excelente!
A decepção! Em outubro, Marco Maia (PT), presidente da Câmara, obedecendo aos interesses de Brasília, rasgou a Constituição Federal - quando não fez o que determina o artigo 58, paragrafo 3º - e se prestou a ser o coveiro da CPI. Muita tristeza.
A surpresa! Na edição nº 25 de Novembro/dezembro/2011, ocorreu a reviravolta na posição do jornal, digna daqueles filmes de segunda categoria, quando trouxe a manchete na página 7: A VERDADE PODE ESTAR PRESTES A VIR À TONA.
E a verdade veio... Como o fel. Na maior cara-de-pau, seu coordenador pronunciou as fatídicas palavras: “As CPIs costumam ser usadas como palanque para parlamentares mal intencionados ou sem propostas. Muitas vezes têm suas funções desvirtuadas, o que não nos interessa”, comenta o coordenador da CNAB, Herbert Moniz.
De repente, numa ordem unida e bem ao estilo de quem bateu continência, a CNAB passou a defender o enterro da CPI, sem levar em conta o desespero dos aposentados e pensionistas do Banespa. E o que foi publicado anteriormente, não valia nada? Cadê o Berzoini e seu discurso? Escafedeu-se. Coniventes? Sim!
A expressão mais correta para essa atitude seria: roeram a corda. É o que se diz na linguagem popular. Entretanto, as amarras ideológicas falaram mais alto e explicam as tamanhas contradições.
Todas as informações aqui levantadas podem ser conferidas através do site da Afubesp. É só clicar no logotipo Dignidade e buscar as edições citadas. Lá está a dura e crua verdade. Hoje reclamam porque não elegemos os seus candidatos os quais, aliás, nunca disseram uma palavra contra o destino trágico da CPI. Está aí a explicação para a merecida e esmagadora derrota.
Roberto Moraes – São Roque - SP 06/04/2014   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 07/04/2014
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