COMO LIDAR COM UMA TECNOLOGIA QUE PODE BARATEAR PRÓTESES HUMANAS AO MESMO TEMPO EM QUE É UM TRUNFO DO MERCADO ILEGAL DE ARMAS?
POR JULIANA CARPANEZ
A boa notícia é que em alguns anos você provavelmente irá usar uma impressora 3D. Menos positiva é a perspectiva de sua produção de capinhas de celular e bugigangas domésticas vir acompanhada de dilemas - alguns morais e éticos, inclusive. Ao produzir algo em casa, você pagará direitos autorais ao criador do produto? Como os fabricantes podem driblar a ameaça que deixou de joelhos a indústria fonográfica? Quem controlará a produção doméstica de armas de fogo? Essa tecnologia pode mesmo produzir órgãos e tecidos humanos confiáveis?
As perguntas ainda têm pouco espaço no cenário atual, dominado pelo entusiasmo das novidades impressas em 3D - tamanha empolgação deve fazer com que o número de unidades vendidas no mundo cresça dez vezes entre 2012 e 2017, segundo a empresa de análise de mercado IDC. A consultoria Gartner afirma que a adoção em massa deve levar de cinco a dez anos. "Pode ser uma nova forma de revolução industrial, considerando que os meios de produção estarão nas mãos dos próprios usuários", define o consultor Jack Uldrich, autor de livros sobre tecnologias emergentes.
Casos registrados no Japão indicam que essa tecnologia renderá muita discussão. A artista plástica Megumi Igarashi foi detida duas vezes neste ano - sob alegação de obscenidade - por disponibilizar um arquivo de sua vagina para impressão 3D. A genitália havia sido escaneada para dar forma a um caiaque de dois metros. Em outubro, também no Japão, Yoshitomo Imura protagonizou a primeira condenação ligada à impressão 3D. Ele cumprirá dois anos de prisão pela posse de duas armas, que tiveram a impressão e montagem exibidas no YouTube.   - Visite www.apdobanespa.com
Nº 119431 - enviada por Álvaro Pozzetti de Oliveira - Bauru/ em 22/12/2014 | | |