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DICAS DE SAÚDE
DICAS DE SAÚDE | |
Envelhecer é um desafio. Envelhecer com qualidade é ainda mais difícil. Nesse processo, existem modificações corporais importantes e de impacto na qualidade de vida. No que tange exercer atividades funcionais básicas como caminhar, tomar banho, vestir-se, alimentar-se e cuidados de higiene, temos como pré-requisito a necessidade de massa muscular. Entre as alterações do envelhecimento natural (senescência), a diminuição de massa muscular é a de maior importância clínica e impacto funcional. Essa condição é denominada sarcopenia e acomete cerca de 50 milhões de pessoas no mundo e afetará mais de 200 milhões nos próximos 40 anos. Essa perda de massa muscular não deve ser encarada como algo de idade avançada, pois existem estudos correlacionando, por exemplo, baixo peso ao nascer e menor força de preensão palmar ao envelhecer (Sayer et al., 2008). A sarcopenia trata-se de uma síndrome progressiva e generalizada de perda de função muscular com risco de desfechos adversos como incapacidade física, baixa qualidade de vida e óbito. Vários fatores podem estar envolvidos tanto no início quanto na progressão dessa condição; falta de atividade física, baixa ingesta calórica e proteica, modificações hormonais (resistência à insulina, GH, IGF-1, testosterona, DHEA, vitamina D e paratormônio), disfunção mitocondrial, apoptose, doença neurodegenerativa e influência genética. O olhar para essa síndrome deve iniciar desde os pacientes mais jovens até os idosos, e para isso, a mudança do estilo de vida deve ser o foco principal para todos. As intervenções não farmacológicas (exercícios físicos e ingesta nutricional) são as mais efetivas e importantes para o tratamento dessa síndrome. O exercício físico, em qualquer faixa etária, terá como foco a melhora da potência, força e resistência muscular. O estudo LIFE mostrou diminuição da incapacidade em idosos submetidos a programa de treinamento físico que incluiu exercícios resistidos, aeróbicos e de flexibilidade (Pahor et al, 2014). Do ponto de vista nutricional, estudos recentes mostram que a falta de proteína em quantidade adequada na dieta e a falta de resposta anabólica à sua ingesta, são mecanismos envolvidos no baixo índice de massa muscular (Paddon-Jones e Rasmussen, 2009). Portanto, a ingesta moderada de aminoácidos essenciais estimula a síntese proteica em pessoas idosas. Recomenda-se ingerir entre 1,2 e 1,5 g/Kg de peso por dia para prevenir e tratar essa síndrome (Borst, 2004, Morley et al,2010). Lembrando ainda que esse consumo deve ser distribuído de maneira igualitária entre as três principais refeições para produzir máxima síntese proteica e melhor resposta anabólica. Os melhores resultados para os pacientes aconteceram da associação entre atividade física combinada à suplementação nutricional. Essa combinação, além de aumentar a massa muscular também diminui o tecido gorduroso. Do ponto de vista farmacológico, nenhum medicamento foi especificamente desenvolvido. Existem estudos em andamento, mas é pouco provável que um único medicamento consiga prevenir ou tratar isoladamente, mas a estratégia terapêutica do futuro certamente incluirá medicamentos que, em combinação com o exercício e a nutrição, apresentarão melhores respostas. AUTOR: DR FÁBIO RAINHA MEDICO GERIATRA E GERONTÓLOGO - Credenciado Cabesp |
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