Banespa privatizado


A privatização do Banespa reacendeu o debate sobre as políticas praticadas pelo governo FHC. O banco foi subavaliado para efeito da privatização, pois, enquanto o governo fixou em R$ 1,85 bilhão seu preço mínimo, o banco espanhol Santander arrematou-o por R$ 7 bilhões.

“Em vez de considerar os 281% pagos acima do preço mínimo do Banespa, outra continha torna muito mais perceptível e escandalosa a avaliação adotada pelo governo para venda do banco”, comentou o jornalista Jânio de Freitas, da Folha de S. Paulo, em 21/11. “É a conta para mostrar o que estava pedido em relação ao que foi pago: o governo pedia apenas 26% do que o Banco Santander achou que o Banespa vale — e pagou. Nem um terço, portanto. Os espanhóis do Santander estariam loucos? Seriam idiotas?”

Longe de serem idiotas, os executivos do Santander devem ter levado em conta, entre diversos fatores, o tamanho da folha de pagamentos do Estado de São Paulo, operada pelo Banespa.

Projeto do deputado César Callegari (PSB), que obriga o Estado a realizar o pagamento do funcionalismo em banco estatal estadual ou federal, está tramitando em regime de urgência nas comissões da Assembléia Legislativa, para depois ser levado a plenário.

Do ponto de vista do desenvolvimento econômico, a privatização do Banespa é um novo golpe: o Estado brasileiro abre mão de um de seus maiores bancos. Além disso, a privatização certamente trará demissões em massa e fechamento de agências, como de praxe no setor financeiro.

A Adusp estará discutindo, na próxima reunião do Conselho de Representantes, o destino da sua conta no Banespa.

:-) --- Experiência não é o que acontece com um homem; é o que um homem faz com o que lhe acontece -- Aldous Huxley




prv1 - 20/03/2005
Álvaro Pozzetti

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