Com a chegada do fim do ano, os bancos e financeiras intensificam as
campanhas de oferta de crédito pessoal, já que, normalmente, diminui o
número de concessões deste tipo de empréstimo. Porém, para não cair em
armadilhas, especialistas recomendam que, às vezes, pegar dinheiro no banco
é mais barato do que financiar as compras de Natal diretamente nas lojas.
De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças,
Administração e Contabilidade (Anefac), entre os meses de novembro e
dezembro os consumidores reduzem a busca por crédito bancário, já que
recebem o 13º salário e, muitas vezes, o pagamento das férias. Sendo assim,
tentam pagar as compras de fim de ano à vista ou, em outros casos, usam os
recursos como entrada e financiam o resto.
Contudo, essa opção pode não ser tão vantajosa assim, segundo o presidente
da Anefac, Miguel de Oliveira. Ele explica que, geralmente, o crediário das
lojas costuma ser mais caro. "Se for um financiamento de no máximo 12 meses
sai mais barato usar os recursos do próprio varejo', contou. No entanto,
quem pretende quitar o débito em um prazo maior deverá comparar as opções
antes de assinar o contrato. 'Para operações de 24 ou 36 meses os juros no
varejo sobem demais, fazendo com que o empréstimo pessoal do banco compensa
mais."
De acordo com a última pesquisa de juros da Anefac, divulgada neste mês, com
dados de outubro, as taxas médias praticadas pelos bancos é 5,46%. No mesmo
período analisado, os juros mensais das lojas do varejo ficaram em 6,16%.
Hoje, segundo o Procon, os consumidores encontram juros de empréstimo
pessoal custando entre 4,25% (Nossa Caixa) e 5,95% (Itaú). A entidade
orienta as pessoas a, caso seja possível, optar pelo crédito consignado (com
desconto em folha de pagamento). Por conta da segurança destas operações, os
juros costumam ser bem mais baixos.
Financeira
Para tomar o crédito, é necessário que o consumidor tenha conta corrente
aberta no banco. Porém, quem não possui conta pode buscar pelas opções de
empréstimo nas financeiras - muitas delas mantidas pelos próprios bancos.
Contudo, essa alternativa acaba pesando bem mais no bolso do consumidor.
Pela pesquisa da Anefac, as taxas médias mensais cobradas pelas financeiras
ficou em 11,50% em outubro.
A Taií, empresa do grupo Itaú, cobra juros de 10,9% ao mês. Na Losango e na
Fininvest as taxas são mais salgadas: 13%. Os porcentuais, no entanto, podem
sofrer reduções de acordo com a avaliação de risco realizada pela entidade
no ato da concessão do crédito. Quem buscar empréstimos na Finasa poderá
encontrar taxas mais baixas, de 7,5%. Entretanto, a empresa só libera o
dinheiro para operações pagas por cheque, já que não há outras formas de
quitar a dívida, como boleto bancário, por exemplo.
Fonte: Jornal da Tarde
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