O Comando Nacional dos Bancários recebeu nesta sexta-feira,
dia 1º, comunicado da Federação Nacional dos Bancos informando que não haverá
negociação na próxima semana, nem há nada previsto para a segunda semana de
setembro.
Os negociadores da Fenaban haviam assumido compromisso com os
trabalhadores de apresentar, na próxima semana, uma proposta para as cláusulas
econômicas da campanha nacional 2006 dos bancários.
"A Fenaban voltou atrás. Não só estava acertado uma nova
rodada de negociação para a próxima semana, como que seria, finalmente,
apresentada uma proposta para as cláusulas econômicas. Hoje, dia da nossa
data-base, os banqueiros voltam atrás e dizem que não vão negociar. É provocação
que os bancários vão responder à altura", afirma o presidente do Sindicato dos
Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.
Na segunda-feira, dia 4, os bancários realizam Dia Nacional
de Luta. Em São Paulo, será escolhida uma região da cidade onde as agências
terão o horário de abertura atrasado. O Sindicato vai realizar assembléia no
local, com os trabalhadores, para debater os rumos da campanha.
"Está acontecendo exatamente o que dizíamos: os banqueiros
estão empurrado os trabalhadores para a radicalização do movimento. Recusam-se a
negociar com os representantes dos trabalhadores, como se o reajuste dos
salários não fosse urgente. Mas milhões de reais já foram distribuídos, pelos
principais bancos que participam da mesa de negociação, para os executivos
dessas instituições financeiras", conta Marcolino. "E para o bancário que está
na linha de frente, na pressão do dia-a-dia, atendendo o cliente, nada",
completa.
Reivindicações
Os bancários querem aumento real de salários, de 7,05%, além
da reposição da inflação, e participação maior nos lucros e resultados - de 5%
do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500.
Reivindicam também: o fim do assédio moral e das metas abusivas; a isonomia de
direitos entre trabalhadores aposentados, afastados e de bancos que sofreram
fusões; a manutenção do emprego - por meio da proibição de dispensas imotivadas
e da ampliação do horário de atendimento com dois turnos de trabalho - e a
redução dos juros e das tarifas.
Além desses eixos, são consideradas prioritárias as cláusulas
sobre 14º salário; plano de cargos e salários para todos os trabalhadores;
regramento da remuneração variável; aumento na gratificação de caixa;
vale-alimentação de R$ 300; auxílio creche/babá de um salário mínimo;
auxílio-educação para todos os funcionários; fim da terceirização de serviços;
criação de comissão de segurança bancária; isenção de tarifas para todos os
bancários; delegados sindicais em todos os bancos; programa de reabilitação
profissional.
No Brasil há pouco mais de 400 mil bancários, 110 mil deles
atuam na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A
data-base da categoria é 1º de setembro.
Fonte: Seeb SP
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