Bancários de São Paulo entram em greve por tempo indeterminado



15/09/2004 - 10h48 FOLHA DE SÃO PAULO

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO - do Agora

Em assembléia ontem à noite, os bancários de São Paulo decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, antecipando o indicativo de paralisação previsto para o próximo dia 21.

A categoria rejeitou a proposta de Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) que previa reajuste de 8,5%, e mantiveram a reivindicação de 25% de aumento.

Além dos 8,5% de reposição da inflação e de aumento real, os banqueiros propuseram bônus fixos de R$ 30 para quem recebe salários de até R$ 1.500, oferta também recusada em assembléia.

A Fenaban ofereceu ainda participação nos lucros e resultados de 80% do salário, mais um valor fixo de R$ 705, limitados a R$ 5.010. Os banqueiros se propuseram a distribuir um mínimo de 5% e no máximo 15% do lucro líquido deste ano.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), disse não saber avaliar, no entanto, como será a adesão ao movimento na capital.

A entidade afirmou que os serviços de pagamento de contas e compensação de cheques serão prejudicados nesta quarta-feira. A orientação é a de que os consumidores usem os terminais de auto-atendimento e a internet. Os saques poderão ser feitos sem alterações, já que as máquinas foram reabastecidas ontem, após o fechamento das agências.

Segundo avaliação do sindicato, 108 mil bancários trabalham na capital e nas agências de Osasco, cidade que também será atingida pela paralisação.

A categoria planeja uma nova assembléia para a tarde de hoje para analisar a adesão ao movimento e estudar eventuais propostas feitas pelos banqueiros.

O presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, disse que a proposta dos banqueiros, mesmo rejeitada pela categoria, é uma das melhores apresentadas nos últimos anos de negociação.

Além de São Paulo, a greve também foi decretada em Brasília, Rio de Janeiro e Florianópolis.





085-15/09/2004
Celeste Viana


VOLTAR