Política de abono provoca arrocho salarial



Se  "os banqueiros inventaram a política do abono" tiveram, em contrapartida, os bancários (por seus Sindicatos!) aceitando fazer acordos que implementaram de fato tal política. Quem é mais "culpado"?
 
Elieu Sobral

Campanha salarial unificada

Aumento real traz benefícios à categoria, diminuindo a corrosão nos salários e a perda do poder de compra

Desde que os banqueiros inventaram a política do abono, os trabalhadores bancários vêm perdendo seu poder de compra a cada ano. Esse arrocho só é notado no contra-cheque com o passar do tempo e é usado como justificativa pelos patrões para não repor a inflação.

Sorrateiramente, o salário vai sendo corroído, enquanto o bancário vai se endividando cada vez mais, seja em empréstimos, cheque-especial etc.

De 2001 para cá, quando essa política foi adotada definitivamente, o bancário perdeu 8,28% (segundo o INPC) do poder de compra em seu salário, isso sem descontar os encargos. Como exemplo dessa conta pervesa podemos citar um bancário que em 2000 recebia R$ 2.000. Nos últimos três anos, a perda chega a R$ 4.424,27, contra um abono de R$ 3.800, perdendo 14,11%. Ou seja, a cada ano que passa, esse poço só vai aumentando.

Vacina — Contra essa política dos banqueiros só existe um caminho: aumento real. Nos gráficos ao lado, os exemplos são visíveis. Com o abono, o salário real vai diminuindo seu poder de compra.

Nesta campanha salarial o Sindicato está sepultando essa perversa política que só beneficia os banqueiros. Na verdade, a partir deste ano, os bancários entram em uma nova fase: a de recuperar o poder de compra por meio da força da unidade dos trabalhadores de instituições públicas e privadas.

“O Sindicato sempre foi contra essa política do abono, justamente por ser um artifício  para iludir os bancários e deixar de repassar um reajuste salarial digno. Ele (o abono) não é conquista e não é aumento, ao contrário, representa perdas que vão se acumulando”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.

FONTE: SINDICATO DOS BANCARIOS DE SÃO PAULO





084-14/09/2004
Elieu Sobral


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