Nos dias 25 e 26 de abril foi realizado na cidade de Nazaré Paulista,
interior de São Paulo, o 1º Congresso da Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT). O evento elegeu a
diretoria, aprovou os estatutos e definiu o plano de ação da nova entidade.
Participaram da decisão histórica 285 delegados de 25 estados brasileiros e
do Distrito Federal, além de delegações de vários países, como Argentina,
Uruguai, Chile, Paraguai, Chile, Costa Rica e Espanha.
A Contraf-CUT já nasceu forte, pois aglutina nove federações, 110 sindicatos
e uma base de 360 mil trabalhadores. Desde já, seu objetivo é representar,
além dos bancários e financiários, diversas outras categorias envolvidas em
atividades do sistema financeiro. Muitas das quais permanecem à margem da
convenção coletiva na-cional dos bancários, embora realizem serviços
contratados por empresas que fazem parte das holdings controladas por
bancos.
Nessa situação encontram-se promotores de vendas, securitários,
especialistas em tecnologia da informação e funcionários de bolsas de
valores, entre outros.
Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad)
realizada em 2004, estima-se que todas as categorias que podem abrigar-se na
nova confederação somem aproximadamente um milhão de empregados.
Vagner Freitas, eleito presidente da Contraf-CUT, afirma que a entidade
pretende ‘incluir no debate e nas negociações sindicais todos os
trabalhadores que fazem parte do processo de intermediação financeira, com o
intuito de equiparar os direitos e ampliar as conquistas”.
A pulverização dos trabalhadores brasileiros em cerca de 18 mil sindicatos
nos últimos anos tornou obsoleta a organização por categoria profissional,
uma vez que eles se relacionam por ramo de atividade e estão envolvidos no
mesmo processo.
Os próprios bancos reconheceram essa mudança e a necessidade de criar uma
entidade sindical patronal do ramo para representá-los: a Confederação
Nacional do Sistema Financeiro (Consif).
Durante o congresso – denominado Luiz Felipe Nogueira, em memória do
ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região
(SindBancários) e ex-diretor da CNB-CUT falecido no dia 14 de janeiro deste
ano –, o presidente da Confederação dos Bancários do Chile (Csteba-CUT),
Marcelo Rojas Cruz, denunciou a absurda proposta da Associação dos Bancos
Chilenos, por iniciativa do Santander, de abrir as agências durante 24 horas
por dia e 7 dias por semana, alegando a necessidade de bancarizar a
população. Para Cruz, a medida acabaria com o descanso dos bancários,
trazendo a volta da escravidão, e abriria um grave precedente para os demais
trabalhadores do ramo financeiro na América Latina.
Também foi feita uma apresentação da página eletrônica da Contraf-CUT, que
poderá ser acessada a partir de 2 de maio, no endereço
www.contrafcut.org.br.
O presidente da Afubesp, Cido Sério, acredita que a nova entidade representa
um grande avanço para os trabalhadores. “Os bancários fazem parte agora de
uma confederação nacional mais ampla e mais forte, o que permitirá novas
conquistas para todas as categorias envolvidas.”
Diversos dirigentes sindicais do Santander Banespa participaram da
congresso, que definiu os seguintes temas para o plano de ação: luta em
defesa do emprego; combate à terceirização e à precarização do trabalho;
ampliação do crédito e controle democrático da sociedade sobre o Sistema
Financeiro Nacional; igualdade de oportunidades para bancários e bancárias;
saúde do bancário; juventude e segurança bancária; sindicato e agenda
social; direitos do consumidor e defesa do meio ambiente.
Fonte: Afubesp
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