Defesa do emprego é prioridade para os bancários


Os anos 90 mudaram a vida das pessoas. Depois desta década, ninguém consegue viver sem um celular, um e-mail, sem a internet. Você já não joga paciência com cartas de verdade há anos e, às vezes, digita o “zero” para telefonar de sua própria casa, isso quando não atende o telefone da residência e fala o nome do banco em que trabalha.

Mas todas estas inovações tecnológicas têm o seu lado ruim. Principalmente para os bancários, que no início dos anos 90 eram quase um milhão no Brasil e hoje não passam de 400 mil. Também foi uma década particularmente difícil para o movimento sindical bancário.

Com o fechamento de mais da metade dos postos de trabalho e o aumento no desemprego com as sucessivas alterações que os bancos implementaram - seja empregando novas tecnologias, seja com terceirizações – a temática do emprego se tornou o centro dos debates e ação sindical.

E este ano a temática não será diferente. Os bancários querem uma atenção especial para a questão do emprego na mesa de negociações da Fenaban. Para isto, aprovaram uma série de reivindicações, durante a 7ª Conferência Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro, que serão prioridades na pauta de reivindicações.

“Se considerarmos uma série de atividades que foram terceirizadas, temos mais de 1 milhão de trabalhadores no sistema financeiro nacional. Por isso a necessidade de organizar e contratar para o Ramo Financeiro”, afirmou Vagner Freitas, presidente da CNB/CUT.

Após os debates foram aprovadas os seguintes encaminhamentos:

* Dar continuidade às campanhas pela manutenção do emprego bancário;

* Campanha nacional pela melhoria no atendimento bancário, com a contratação de mais bancários, dialogando com a sociedade;

* Fim das terceirizações;

* Mobilizar os trabalhadores para que a Convenção Coletiva de Trabalho seja aplicada a todos os trabalhadores que estejam, direta ou indiretamente, trabalhando e contribuindo para os resultados dos bancos;

* Retomar a iniciativa de buscar as Câmaras Municipais para aprovação das leis de tempo de espera nas filas;

* Priorizar a ampliação do horário de atendimento bancário, das 9h, às 17h, com a criação dos dois turnos, para ampliar o número de contratações e proporcionar melhores condições de trabalho;

* Mobilizar os trabalhadores, através de campanha, para os termos da Convenção 158 da OIT, que inibe as demissões imotivadas, como já consta de nossa minuta de reivindicações;

* Exigir o respeito a jornada legal dos bancários, que são 6h, combatendo a prática da prestação de horas-extras, de forma habitual, tornando-se obrigatória a marcação do ponto eletrônico para todos os funcionários;

* Combater a prática do falso comissionamento, implementadas pelos bancos para se burlar a jornada de 6h.

Fonte: CNB/CUT


736 - 06/08/2005
Celeste Viana

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