Aposentada amplia espaço no mercado de trabalho


As mulheres paulistas aposentadas, com 40 anos de idade ou mais, ampliaram a participação no mercado de trabalho entre 1992 e 2003, e ganharam mais espaço dentro de casa, como chefes de família. Em 2003, representavam 7,1% do total de pessoas ocupadas em São Paulo. Em 1992, eram apenas 3,9% da força de trabalho.

A conclusão é de estudo da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) , com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE. De acordo com o estudo, o valor da aposentadoria recebida pelas mulheres em 2003 era cerca de 50% menor do que a dos homens. Enquanto elas recebiam R$ 266,56 por mês, os homens ganhavam R$ 533,12. Em 1992, a diferença era menor. As mulheres recebiam R$ 310,92, e os homens, R$ 357,26.

Por causa do baixo valor da aposentadoria, a população urbana com 60 anos ou mais, principalmente as mulheres, é levada a permanecer na ativa Entre 1992 e 2003, o número de aposentados ocupados acima de 60 anos cresceu 46,7%. Na faixa dos 40 aos 59 anos, a alta é ainda maior: 115,2%.

Para Maria Luz Prada Mato, da Fundação Seade, o baixo rendimento ajuda a explicar a volta das mulheres com mais de 60 anos ao mercado de trabalho. "A situação é preocupante", afirma.

O aumento do número de mulheres aposentadas no mercado de trabalho teve reflexo significativo na chefia das famílias. Os dados mostram que, em 1992, apenas 8,5% das aposentadas de São Paulo com mais de 40 anos estavam economicamente ativas. Em 2003, esse total pulou para 29,9% ,na faixa entre 40 e 59 anos, e 9,7%, entre as mulheres acima de 60 anos.

Houve também um grande aumento também do número de mulheres aposentadas que passam a chefiar sua família, principalmente na faixa etária entre 40 e 59 anos. Em 1992, eram 51.846 famílias que tinham uma mulher aposentada nessa faixa de idade no comando. Em 2003, esse total saltou para 136.258, um aumento de 162,8%. Entre os homens, o aumento foi bem menor: 67,1%.

Somando-se também as mulheres aposentadas acima de 60 anos, o número de famílias chefiadas por elas quase dobrou entre 1992 e 2003 - de 154 mil para 361 mil.

A pesquisa revela também as diferenças do nível de instrução entre aposentados. Em 2003, 46,8% das aposentadas ativas entre 40 e 59 anos tinham curso superior completo. Entre os homens, apenas 18,5%.

Fonte: Valor Online


730 - 02/08/2005
Celeste Viana

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