Caros colegas
Vou acrescentar mais argumentos pelos quais não vou aderir às opções propostas pelo satander:
A reserva matemática que nos é oferecida importa em 1/3 do que nos seria devido. Que nome daríamos a isso?
A opção pelo INPC a partir de 2006, pelo comportamento do banco até aqui, me leva a pensar que aqueles que sucumbirem agora, aceitando-a, serão massacrados dentro de poucos anos, com nova “opção” por um “fundinho” de previdência com 1/3 de suas reservas matemáticas e, pressionados a aceitar apenas parte do INPC como correção, ou, até mesmo ZERO, pois a reserva reduzida que é considerada por ele não dará para chegar ao fim de vida recebendo.
O valor dos títulos estaria por volta de R$ 8.300.000.000,00, já deduzidos os pagamentos que nos foram feitos; considerando-se que renderiam IGP-DI mais juros de 12% a.a., daria, no mínimo, 125.000.000,00 por mês; ora, a folha de pagamento dos Pré-75, importando em R$ 45.000.000,00 mensais, significa que o banco está lucrando (às nossas custas) R$ 80.000.000,00 só em relação ao rendimento dos títulos, mensalmente. O que é isso?
A provisão de cerca de R$ 4.000.000.000,00 para pagamento aos aposentados Pré-75, ainda que bem inferior ao valor correto, pesa negativamente no balanço do banco, pois na Europa, onde o mercado não é acostumado a isso, significa fator de risco e a pressão de acionistas e do próprio mercado nos torna um “peso” do qual ele tem que se livrar a qualquer custo.
Levando-se em conta essa necessidade que o banco tem de se livrar de nós, entende-se a pressão que ele faz para que o maior número possível ceda às suas “tentadoras opções” e a seus “abonos salvadores”. Tenho visto comentários nos grupos de conversas que a necessidade está fazendo com que colegas façam opção, para receberem o abono, dada a situação financeira; ora, os abonos oferecidos são ridículos e não resolverão problemas financeiros de ninguém, é apenas um paliativo; não queremos esmola (abono), queremos o que nos é devido (aumento).
Outra grande preocupação do banco são nossas ações que poderão fazê-lo perder grande parte do que vem nos tirando nos últimos anos; senão, vejamos: a ação das gratificações (civil pública da Afabesp – Dr. Renato Ruas de Almeida) será vencedora e receberemos mais dia, menos dia; a ação de bloqueio dos títulos e reajuste retroativo pelo IGP-DI (civil pública da Afabesp - Dr. João Pizza Fontes), agora com parecer favorável do Ministério Público Federal, retornará para julgamento prioritário (em função da idade) em primeira instância.
As más intenções do banco são patentes pela redação maliciosa no acordo coletivo; por esse motivo, embora seja direito líquido e certo (como também o são as gratificações e nossos reajustes), não acredito que aqueles que optarem pelo INPC receberão seus direitos até 31/8/2004, no caso de êxito em ações que se encontram em andamento; quem não cumpre com compromisso menor, certamente não cumprirá com o maior.
Nesse caso, fica a grande dúvida: deixar para o banco ou para a família? Sim, porque poderemos pensar que se levar algum tempo, alguns de nós poderão não receber; nesse caso, deixaremos para esposa e filhos, mas jamais para o banco que nos ameaça, mas não pode nos amedrontar.
É bem provável que o exército da resistência será desfalcado neste momento, mas quem viver verá que aqueles que resistirem agora, colherão resultados no futuro; e, mesmo que demore, estou tranqüilo que deixarei como legado o fruto de meu trabalho à minha família, além do exemplo de dignidade de haver lutado até o fim na busca de meus direitos. Os que resistirem, se forem muitos (assim espero) serão um exército forte e combativo, ou, mesmo se forem poucos, serão um exército minúsculo, mas de guerreiros aguerridos que não se vergaram às pressões.
Enfim, como a opção é individual, cada um escolhe o destino de seus direitos: doar ao banco ou deixar para a família.
NÃO ASSINO NADA, POIS NÃO ACEITO SER ASSALTADO E PREJUDICAR O FUTURO DE MINHA FAMÍLIA.
| |