Os bancos brasileiros lucraram 49,53% a mais no primeiro trimestre de 2005, em relação a igual período do ano passado. Resultados são reflexo de tarifas e operações de crédito. Agora, os bancários esperam o atendimento de suas justas reivindicações na campanha salarial de 2005, que já está começando.

Segundo relatório do Banco Central (BC) sobre o sistema financeiro, os ganhos subiram de R$ 5,560 bilhões para R$ 8,314 bilhões. O crescimento foi ainda mais forte entre as 50 maiores instituições financeiras (Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco, Itaú, entre eles), que passaram de um lucro total de R$ 4,043 bilhões nos primeiros três meses de 2004 para R$ 6,216 bilhões neste ano. O resultado veio principalmente do crédito e de tarifas com serviços.

O diretor da consultoria Austin Rating, Erivelto Rodrigues, disse que as receitas dos bancos estão crescendo em ritmo mais acelerado nas operações de crédito a pessoas físicas e pequenas empresas, o­nde os juros cobrados são mais altos do que para grandes companhias. Segundo Rodrigues, as instituições financeiras ganham hoje mais com empréstimo, tendo menor participação dos juros da dívida pública em seu resultado.

O diretor sustentou que a receita de tarifas por serviços tem um papel fundamental para cobrir os custos dos bancos. Em 1994, por exemplo, elas pagavam 40% dos custos com funcionários. No primeiro trimestre de 2005, as mesmas tarifas correspondiam a 112% do gasto com pessoal.

Para o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, com todos esses números, os bancários esperam o atendimento de suas justas e legítimas reivindicações na campanha salarial de 2005, que já está começando com a realização até o dia 10 de julho das conferências e dos encontros estaduais. Afinal, dinheiro é o que, mais uma vez, não falta para os banqueiros. Mas se o bom senso não prevalecer, a categoria responderá com luta e mobilização para fazer valer os seus direitos.

Fonte: Jornal Zero Hora