A SRA. MARIÂNGELA DUARTE - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Carlito Merss) - Tem V.Exa. a palavra.
A SRA. MARIÂNGELA DUARTE (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, estamos sendo hoje escorraçados. É natural, temos maturidade
para isso. Quem quis assinou, e nós teremos muitas surpresas mesmo nesse
processo.
Mas, para que as novas vestais da moralidade pública não se esqueçam, a
primeira coisa que eu quero é que se transcreva na íntegra um texto do
grande jornalista Zózimo Barroso do Amaral: Nunca tão poucos roubaram tanto
em tão pouco tempo — Corrupção na Era Fernando Henrique Cardoso.
Peço a transcrição, na íntegra, desse documento.
Sr. Presidente, venho declarar uma questão gravíssima, por isso fiquei aqui
até agora esperando a minha vez de falar. Há uma enorme corrupção na
privatização do BANESPA. E quem está pagando o pato são os trabalhadores
aposentados do antigo BANESPA.
Diz o artigo, intitulado: A COSESP não renova seguro do Grupo Banseguro de
grupo do BANESPA.
Veja bem, Sr. Presidente, o que foi a privataria:
Quem contrata apólice de seguro de vida, com renovação anual automática,
quer estar protegido em caso de morte ou invalidez permanente. Essa certeza
de proteção, no entanto, deixou de existir — atenção ao número — para 20.163
segurados da Companhia de Seguros do Estado de Paulo, que receberam carta da
seguradora informando que não irá renovar a Apólice 10 de seguro de vida em
grupo dos funcionários e inativos do Banco do Estado de São Paulo, que vence
agora, dia 31 de maio — daí a urgência em pedir a compreensão dos meus
pares, e escutem bem, Sr. Presidente, Srs. Deputados — , sob a alegação de
que não tem mais interesse em manter contrato. Dos 20.163 segurados, cerca
de dois terços, ou 13.442, são ex-banespianos aposentados, admitidos antes
de 75, e constitui o grupo de aposentados que pagavao plano de seguro desde
73. O restante continua trabalhando como funcionário do BANESPA Santander.
Sr. Presidente, vou pedir a transcrição na íntegra de três requerimentos de
dois Senadores do PT — Eduardo Suplicy e Ideli Salvatti — para provar como o
PT tem honra e cobra do Banco Central essa fiscalização da privatização
vergonhosa do BANESP, no Estado de São Paulo, sob a égide do governo tucano
no Estado e sob Fernando Henrique Cardoso.
Olha a gravidade disso: eles não querem mais pagar apólice de seguro. Vence
dia 31 de maio. Sabe-se que o lucro do BANESPA, de 2001 a 2004, já supera
mais de 7,4 bilhões de reais. Desse total, cerca de 4 bilhões advém daqueles
títulos federais, rendendo IGPDI, mais juros de 12% ao ano, confiados ao
Banco Santander, que os banespianos chamam de Sansatander, para pagamento de
aposentadoria e pensão dos empregados do Banco do Estado de São Paulo —
BANESPA. Sabe o que eles estão fazendo? Remetendo para a matriz do
Santander, na Espanha.
Esse é um pequeno resultado da privataria, que atingiu em cheio o coração do
meu Estado, a privatização do BANESPA. Vinte mil servidores aposentados, que
trabalharam e fizeram a honra daquele banco estão impedidos de receber o
resultado da aplicação que fizeram durante décadas, porque agora o novo
SANTANDER, a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo — COSESP, diz que
não tem mais interesse e vai romper a apólice.
Peço a transcrição desta matéria na íntegra, esta não vou pedir, porque o
Senado Federal já publicou no Diário Oficial, e da matéria sobre corrupção
na era Fernando Henrique Cardoso.
Obrigada.
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