Novo discurso da Dep Mariangela Duarte

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Sem supervisão - Sessão: 108.3.52.O Hora: 16:38 Fase: GE - Orador: MARIÂNGELA DUARTE Data: 25/05/2005


A SRA. MARIÂNGELA DUARTE - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Carlito Merss) - Tem V.Exa. a palavra.

A SRA. MARIÂNGELA DUARTE (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, estamos sendo hoje escorraçados. É natural, temos maturidade para isso. Quem quis assinou, e nós teremos muitas surpresas mesmo nesse processo.

Mas, para que as novas vestais da moralidade pública não se esqueçam, a primeira coisa que eu quero é que se transcreva na íntegra um texto do grande jornalista Zózimo Barroso do Amaral: Nunca tão poucos roubaram tanto em tão pouco tempo — Corrupção na Era Fernando Henrique Cardoso.

Peço a transcrição, na íntegra, desse documento.

Sr. Presidente, venho declarar uma questão gravíssima, por isso fiquei aqui até agora esperando a minha vez de falar. Há uma enorme corrupção na privatização do BANESPA. E quem está pagando o pato são os trabalhadores aposentados do antigo BANESPA.

Diz o artigo, intitulado: A COSESP não renova seguro do Grupo Banseguro de grupo do BANESPA.

Veja bem, Sr. Presidente, o que foi a privataria:

Quem contrata apólice de seguro de vida, com renovação anual automática, quer estar protegido em caso de morte ou invalidez permanente. Essa certeza de proteção, no entanto, deixou de existir — atenção ao número — para 20.163 segurados da Companhia de Seguros do Estado de Paulo, que receberam carta da seguradora informando que não irá renovar a Apólice 10 de seguro de vida em grupo dos funcionários e inativos do Banco do Estado de São Paulo, que vence agora, dia 31 de maio — daí a urgência em pedir a compreensão dos meus pares, e escutem bem, Sr. Presidente, Srs. Deputados — , sob a alegação de que não tem mais interesse em manter contrato. Dos 20.163 segurados, cerca de dois terços, ou 13.442, são ex-banespianos aposentados, admitidos antes de 75, e constitui o grupo de aposentados que pagavao plano de seguro desde 73. O restante continua trabalhando como funcionário do BANESPA Santander.

Sr. Presidente, vou pedir a transcrição na íntegra de três requerimentos de dois Senadores do PT — Eduardo Suplicy e Ideli Salvatti — para provar como o PT tem honra e cobra do Banco Central essa fiscalização da privatização vergonhosa do BANESP, no Estado de São Paulo, sob a égide do governo tucano no Estado e sob Fernando Henrique Cardoso.

Olha a gravidade disso: eles não querem mais pagar apólice de seguro. Vence dia 31 de maio. Sabe-se que o lucro do BANESPA, de 2001 a 2004, já supera mais de 7,4 bilhões de reais. Desse total, cerca de 4 bilhões advém daqueles títulos federais, rendendo IGPDI, mais juros de 12% ao ano, confiados ao Banco Santander, que os banespianos chamam de Sansatander, para pagamento de aposentadoria e pensão dos empregados do Banco do Estado de São Paulo — BANESPA. Sabe o que eles estão fazendo? Remetendo para a matriz do Santander, na Espanha.

Esse é um pequeno resultado da privataria, que atingiu em cheio o coração do meu Estado, a privatização do BANESPA. Vinte mil servidores aposentados, que trabalharam e fizeram a honra daquele banco estão impedidos de receber o resultado da aplicação que fizeram durante décadas, porque agora o novo SANTANDER, a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo — COSESP, diz que não tem mais interesse e vai romper a apólice.

Peço a transcrição desta matéria na íntegra, esta não vou pedir, porque o Senado Federal já publicou no Diário Oficial, e da matéria sobre corrupção na era Fernando Henrique Cardoso.

Obrigada.



592 - 28/05/2005
Carlos Reis

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