Outro dia assistia a um programa na televisão, cujo tema era a pesca do caranguejo. A ênfase era dada a um espécime que é muito difícil de ser capturada, ágil e suficientemente inteligente para escapar de todo tipo de armadilhas para caranguejos. Não obstante, milhares deles são capturados diariamente, devido a um traço particularmente humano que possuem.
A armadilha é uma jaula de metal com uma abertura na parte superior. A isca, um pedaço de carne, é colocada na jaula e esta é mergulhada na água. Chega um caranguejo, entra na jaula e começa a beliscar a isca. Um segundo caranguejo se une a ele, um terceiro, um quarto... Uma festa. Finalmente não há mais isca.
Os caranguejos poderiam subir pelas laterais da jaula e saírem pela abertura, mas não o fazem, permanecem lá dentro. Outros caranguejos chegam e se unem a eles, muito depois que a isca, o suposto banquete, desapareceu.
Se um dos caranguejos se dá conta de que já não há motivos para permanecer na jaula e tenta sair, os outros se unem e o impedem de deixar a jaula. Se persiste, os demais arrancam-lhe suas tenazes para que não possa subir. Todavia, se continuar persistindo, morrerá.
A principal diferença entre estes caranguejos e nós, é que eles vivem na água e nós na terra.
Qualquer pessoa que tenha um sonho que o permita sair da jaula, o lugar comum, a zona de conforto, a estagnação, deverá tomar muito cuidado com os colegas de “jaula”, os caranguejos humanos, os frustrados. Não utilizam a força física, ao menos em geral. Não necessitam fazê-lo. Têm outros métodos mais efetivos à mão e em suas bocas: insinuações, dúvidas, ridículo, sarcasmo, cinismo, ironia, boicote, humilhação, mentira e outra dezena que foge ao meu vocabulário.
Minha sugestão: mantenha suas metas distantes destes frustrados.
Frustrados não gostam de ver as pessoas perseguindo sonhos, se lembram que não vivem os seus. Ao convencer-nos da inutilidade dos nossos sonhos, nos convencem a seguir atados ao seu estado de comodidade. Nos dirão todas as mentiras racionais que dizem a si mesmos. E se não acreditarmos, certamente nos desaprovarão.
Considere seu sonho como uma semente frágil. Agora é pequena, necessita de cuidados e proteção. Chegará o dia em que será forte, mais forte que as flechas das pessoas limitadas.
Quando tiver alcançado suas metas, poderá contar-lhes. Inclusive diante da irrefutável evidência, a expressão mais comum que ouvirá será: “Não acredito!” Se não podem crer diante da realidade, imagine o que diriam de nossos sonhos.
Isto não se aplica a amigos especiais e gente que nos apóia, que acredita em nosso potencial. Que diz: “Que bom, você merece!”
Infelizmente, na maioria das vezes ouvimos: “Que coisa estúpida!”, e uma série de argumentos e motivos pelos quais não poderemos realizar nossos sonhos. Devemos escutá-los com paciência, entretanto, alertá-los acerca de sua comodidade e de sua incapacidade de sonhar que os manterá firmemente presos na jaula até que esta seja levantada.
Não entre nessa jaula. Sonhe e realize. Sucesso!
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