Estou assustada e estressada com o que pode
acontecer com os aposentados pré-75. Se nossas entidades de representação
acharam a proposta do Banco APENAS "muito ruim", significa que admitem a
possibilidade de negociar, caso melhorem alguma migalha nessa proposta de
exterminação dos aposentados.
As 3 opções são inegociáveis!!!! Não podemos
admitir mais essa tortura moral, emocional e esse roubo, em que tentam nos
remunerar com nosso próprio dinheiro, e ainda por cima, COM DESÁGIO!!!! Essas 3
propostas têm que MORRER NO NINHO!!!!
Acho que já é hora de consultar juristas, sobre a
possibilidade de ajuizar medida cautelar contra qualquer dessas medidas, ou
denunciar ao Ministério Público, essas propostas ilegais. Não adianta ficarmos
tentando "melhorar" a maneira como iremos morrer. É preciso conseguir a proposta
assinada pelo Banco, e tomar alguma providência legal.
Estou me sentindo numa câmara de gás, sem ter para
onde correr. São três alternativas humilhantes, aviltantes, ameaçadoras da nossa
vida. Somos aposentados ameaçados o tempo inteiro.
Chega de "negociar" melhoras na EUTANÁSIA. Querem
desligar nossos pobres aparelhos de sobrevivência. Já estamos vivendo pela
metade. Agora querem nos matar de uma só vez.
Na minha opinião, as propostas deveriam ser
rechaçadas de imediato, sem conversa.
Fico pensando na razão pela qual o Banco
sempre coloca nas negociações o ítem RENÚNCIA DE TODAS AS AÇÕES NA JUSTIÇA.
Gente!!! Isto é quase uma declaração de que os representantes do Banco têm
certeza de que nós ganharemos. E a renúncia é o único modo deles não pagarem o
que devem.
Por falar em ações na justiça, vamos pensar um
pouquinho: Vamos imaginar que somos 15.000 aposentados e pensionistas com ações
na justiça, e que cada um tenha apenas um processo contra o BANESPA. Com os 50
milhões que o Banco acena, daria para cada aposentado ou pensionista a bagatela
de R$ 3.000,00, quando sabemos que o mínimo que um colega que ganhe R$ 1.000,00,
tem a receber de Gratificação Semestral, é mais de R$ 20.000,00, só
nesta ação. Fora os processos de PLR, Acordo Salarial, etc.
MORAL DA HISTÓRIA: Renunciamos, recebemos os R$
3.000,00, relativo ao montante de todas as ações, DAMOS QUITAÇÃO PLENA e o banco
não nos deve mais nada.
LEMBRETE: ESTE FOI UM DOS PRINCIPAIS
MOTIVOS PARA QUE AS ENTIDADES DE REPRESENTAÇÃO - TODAS - EMPREENDESSEM UMA
CRUZADA, PARA QUE NÃO ADERÍSSEMOS AO FAMIGERADO FUNDÃO, LEMBRAM DISSO??? A
cláusula que pegou, foi renunciar às ações na justiça, o que é o mesmo que abrir
mão dos direitos adquiridos.
Aliás, não entendo essa insistência de continuar
negociando em separado da categoria, e pregar união interna. Dessa maneira, do
jeito que as coisas são encaminhadas para os funcionários aposentados e da ativa
do BANESPA, ficamos sempre em posição de fragilidade. Não temos a força da
categoria bancária, por conta do orgulho que os sindicalistas têm em negociar em
separado. Por que negociar em separado? Não pertencemos mais à categoria? O
banco pode tomar essas decisões de forma unilateral? Ou isto só acontecerá com a
concordância dos nossos representantes? Qual o motivo da insistência em negociar
em separado? Foi-se o tempo em que essas negociação – em separado – davam
vantagens aos empregados dos bancos mais fortes. Agora estamos enfrentando um
banco privado. Até o Banco do Brasil e a Caixa Econômica estão negociando junto
com a categoria. Equivale a dizer que estamos em piores condições do que os
funcionários do BRADESCO, ITAÚ, etc. Não existe mais o BANESPA estatal e nossos
representantes não podem se iludir com a vaidade de representar um grupo
especial. Será que estou errada?
Afinal: é a união que faz mesmo a força? Então,
qual o motivo para nos segregarmos da categoria? Perdemos força, na medida em
que não temos o instrumento principal de luta, que é a greve. E greve só se faz
junto com a CATEGORIA. E, nesse caso, os aposentados poderiam participar dos
piquetes. Aqui no Rio de Janeiro, na greve que foi feita na época da
privatização, praticamente todos os aposentados participarem. Fizemos piquete,
fechamos agências, e isto ninguém pode negar.
Repudio qualquer das propostas. Prefiro estar
junto com a categoria bancária, mesmo que seja para ganhar 6% de aumento. É
preferível deixar por conta da FENABAN.
Precisamos mostrar ao Banco e aos nossos
representantes que qualquer novo prejuízo será devolvido a eles, de uma maneira
ou de outra.
Não devemos permitir que representantes nos
segreguem, seja por boa intenção ou por vaidade, atravpés dos poderes de
representação que a eles delegamos. Esses poderes nós podemos retirar. Se a
negociação apontar para o prejuízo eles devem se recolher e deixar que fiquemos
sujeitos à FENABAN. Um reajuste pequeno é melhor que um prejuízo definitivo e
irreversível.
Não iremos votar em ninguém que consiga proposta
que nos prejudique, seja por boa intenção ou por vaidade, repito. É importante
dizer que isto vale para todas as instâncias: institucional (dentro do BANESPA,
como por exemplo CABESP E BANESPREV), eleições municipal, estadual, e federal.
Também precisa ficar claro, que qualquer prejuízo
acarretará, de imediato, o desligamento de todos os aposentados dessas entidades
de representação, caso sejamos prejudicados, até por medida de economia. E, se
teremos que renunciar às ações na justiça, cessará, assim, o motivo principal
para pertencermos a essas entidades.
O colega Rossi, de Santa Catarina e o pessoal do
Rio Grande do Sul, já começaram um movimento, para retirar o recebimento da
aposentadoria do INSS das agências do BANESPA. Acho um bom começo e também uma
linha a ser seguida em relação a todos aqueles que, de alguma forma, nos causar
prejuízo. Infelizmente, pouquíssimos colegas possuem aplicações de qualquer
espécie. A maioria esmagadora tem apenas saldo devedor no cheque especial e
parcelas de empréstimos para pagar...
Será que existem 2 sindicatos? Um que negocia o
acordo salarial dos bancários e outro que "negocia" o acordo salarial dos
banespianos??? Para que precisamos de 2 sindicatos, se também somos bancários e
essas negociações em separados, ultimamente, só nos tem prejudicado?
Eu sempre soube que a negociação salarial se dava
com um índice de reajuste para toda a categoria - exceto BB e CEF - e,
particularmente, negociava-se os especificidades de cada Banco, que eram as
cláusulas sociais, abono assiduidade, auxílio-babá, etc.
Parece que as especificidades do Banespa são
extinguir ou reduzir o tempo de vida dos banespianos aposentados e aviltar os
direitos e salários do pessoal da ativa. E, nesse rolo todo, fazer com que as
partes trabalhem para que ele tenha sucesso na negociação, jogando propostas que
dividem os grupos.
O paradoxo é que não podemos trabalhar contra o
SANTANDER – BANESPA, para que ele tenha prejuízos significativos, pois é dele
que vem a maior parte da nossa renda e, se com lucro já é essa tortura, eles
justificariam de forma mais tranqüila, se tivessem prejuízo.
Desculpem pelo desabafo. Estou muito preocupada e
nervosa.
Maria Celeste Mendonça Viana - Rio de
Janeiro