Projeções são de ganhos com bancos Para analistas, expansão do crédito e juro alto continuam favorecendo instituições
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O cenário permanece de ganhos para os bancos, cujas ações continuam a receber recomendação de compra dos analistas. A safra de balanços com início na próxima semana deve mostrar fortes resultados, mais uma vez puxados pela expansão das carteiras de crédito e pelos ganhos com as aplicações em títulos públicos em meio aos altos juros.
"Novamente, parece que teremos o melhor dos dois mundos para o setor", diz relatório do UBS direcionado a clientes. A demanda por crédito até poderia ter sido afetada pelo prolongamento do aperto monetário, diz o analista da Fator Corretora, Renato Prado. Esse impacto, porém, foi neutralizado pela atuação focada nos empréstimos com desconto em folha e no microcrédito, que permitiram crescimento da carteira sem deterioração de sua qualidade. Esse quadro, porém, não deve permanecer inalterado até o fim do ano. O efeito de seguidas altas dos juros sobre a demanda por crédito deve ser sentido com alguma força no segundo semestre, diz o analista da Fator. Até lá, porém, as expectativas permanecem bastante positivas. Itaú e Bradesco devem ser os bancos mais favorecidas pela expansão de suas carteiras de empréstimo, enquanto o Banco do Brasil (BB) - que detém o maior volume de títulos públicos em carteira - deve obter os maiores ganhos de tesouraria, diz Victor Pereira, analista do BES. Além do Itaú, o Unibanco concentra as atenções dos analistas da Ágora Senior, que esperam aumento da rentabilidade média e da liquidez da instituição. Para o Itaú, o lucro líquido esperado em 2005 pode alcançar R$ 5,339 bilhões de acordo com projeção feita pela Unibanco Research. O preço alvo por ação PN (sem direito a voto) chega a R$ 585,00 nas contas do UBS, o que representa uma alta de 29,7%, ante o fechamento de ontem. Vale ressaltar que as estimativas levam em conta os resultados esperados para a empresa, mas dependem das condições de mercado e da procura. O lucro líquido do Bradesco pode atingir R$ 3,968 bilhões no ano, segundo a equipe de pesquisa do Unibanco. O preço alvo para as ações PN do banco fica em R$ 106,59 por ação - um potencial de alta de 34,2% em relação ao preço de ontem, de R$ 80,00. Para o Banco do Brasil, a expectativa da Ágora é de um lucro líquido de R$ 3,796 bilhões no ano. A Socopa estabelece como preço alvo R$ 42,25 por ação ordinária do banco, um ganho de 41% sobre a cotação de ontem, de R$ 29,98 - o maior potencial entre os bancos. As units do Unibanco podem chegar a R$ 24,30, segundo a Socopa, um espaço para valorização de 37,3% ante o preço de ontem R$ 17,70. A unit representa uma ação preferencial do Unibanco e uma preferencial do Unibanco Holdings. Segundo relatório da Ágora, o lucro líquido do banco pode chegar a R$ 1,752 bilhão em 2005. Para Prado, da Fator, o desempenho das ações dos bancos nos três primeiros meses do ano dá a medida dos resultados que estão para ser divulgados. Entre janeiro e março, enquanto o Ibovespa subiu apenas 1,58% as ações PN do Bradesco registraram alta de 20,63% ; as PNs do Itaú subiram 9,95% e as units do Unibanco tiveram valorização de 6,32%. Na contramão, apenas as ações ordinárias do BB, em queda de 8,18%. Os bancos também tem se mostrado bons pagadores de dividendos. Em dez anos findos em 2004, o Bradesco foi destaque, ao distribuir R$ 10,859 bilhões em dividendos, ou o correspondente a 50,4% do lucro no período. Logo atrás, o Itaú distribuiu R$ 8,303 bilhões, ou 37% do lucro líquido do período. Fonte: Valor Online |