PF indicia dono do Banco Santos por formação de quadrilha


A Polícia Federal indiciou o banqueiro Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos, por envolvimento em crimes contra o sistema financeiro (gestão fraudulenta e formação de quadrilha).

No total, foram indiciadas 13 pessoas em São Paulo e Porto Alegre (RS) como resultado das investigações da chamada "Operação Tango", desencadeada no início do mês. São funcionários e diretores ligados aos bancos Santos, BVA e Modal.

A "Operação Tango" já conta com um saldo total de 27 indiciados, sendo que três estão em prisão preventiva. Chama-se "Tango" em referência ao argentino César Arrieta, acusado de encabeçar um grupo que fraudava a Receita Federal e o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O golpe aplicado pelo grupo consistia em usar uma empresa, chamada de Vale Couros Trading, com sede em Palmas (TO) e base operacional em Porto Alegre, para produzir créditos "frios" --referentes a exportações inexistentes-- e vendê-los a empresas com dificuldades financeiras.

Sob intervenção do Banco Central desde novembro, o Banco Santos comprou a Vale Couros em 30 de junho de 2004. Segundo a PF, o objetivo era maquiar o balanço do banco na tentativa de afastar a ameaça de intervenção do BC.

À época, a Vale Couros possuía créditos tributários estimados em R$ 436 milhões e já era investigada havia dois anos pela Receita.

O advogado Ricardo Tepedino, do escritório de Sergio Bermudes, que defende Edemar, afirmou no último dia 11 que o banco não tem relação com atos praticados pela Vale Couros antes da data de sua aquisição.

A PF informou que as investigações continuam, e o inquérito deverá ser remetido à Justiça Federal ainda no mês de maio.

FONTE: Fonte: Folha Online



506 - 29/04/2005
Rubens Machado

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