Inflação é maior para os idosos


RIO - A população de terceira idade sofre mais com os reajustes de preços, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), divulgado nesta segunda-feira primeira vez pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Enquanto de 1994 a 2004, os reajustes para toda a população acumularam alta média de 176,51%; para as famílias nas quais 50% das pessoas têm 60 anos ou mais, a alta foi de 226,14%.

Segundo André Furtado Braz, coordenador do IPC Brasil, os itens que pesam mais nessas famílias tiveram reajustes maiores, o que explica essa diferença.

- Itens como plano de saúde e remédios, hortaliças, frutas e pescados frescos e táxi têm peso maior no orçamento dessas famílias.

Segundo Marcelo Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, o fato de os 18 milhões de aposentados e pensionistas terem, nos últimos 10 anos, ganhos superiores à inflação pode ter impacto nos preços dos produtos mais consumidos por essas famílias.

- Cerca de 16% de toda a renda apropriada pela população vêm de aposentadorias. Percentual que vem crescendo - afirma.

No primeiro trimestre de 2005, entretanto, a inflação dos idosos foi de 1,79%, IPC-3i, taxa inferior à registrada para o restante da população, que teve no mesmo período uma alta média de preços de 1,99%. O comportamento nesse primeiro trimestre foi diferente do que a FGV apurou desde 1994, durante o qual a inflação para os idosos sempre foi maior. A diferença ficou com os transportes. Como a população de terceira idade tem gratuidade no transporte público e a inflação desse início de ano foi puxada pelo reajuste de 17,5% nas passagens de São Paulo, a taxa ficou menor para os idosos.

Segundo André Furtado Braz, a taxa de 2005 também é inferior à registrada no mesmo período de 2004, quando o IPC-3i foi de 1,91%.

- Em 2004, o aumento dos remédios foi no início do ano. Este ano, passou a vigorar este mês - disse Braz.

Ao longo do ano passado, contudo, o IPC-3i acumulou alta de 6,58% contra 6,27% do IPC-BR.

Fonte: globo online




434 - 12/04/2005
Celeste Viana

Outras notícias