Conta Compulsória no Banespa Santander

Consumidora acreditou que conta não havia sido aberta no Banespa Santander; dois anos depois, seu nome foi parar na Serasa.


Em outubro de 2001, a costureira Quitéria Maria Gomes, de 36 anos, recebeu em casa dois funcionários do banco Banespa Santander com uma proposta de abertura de conta. Quitéria aceitou e ainda fez um seguro de vida no valor de R$ 11,00 mensais. A proposta seria analisada e, se não houvesse nenhum problema, dentro de 15 a 20 dias ela receberia em casa o talão de cheques e o cartão magnético. Negócio fechado, esperou pelo cumprimento da promessa. Após 40 dias, ela pensou que a proposta havia sido recusada e nem quis saber o que havia acontecido. Em junho deste ano veio a surpresa: um telefonema do banco informando um débito de R$ 600,00 em aberto.

Quitéria foi à agência, solicitou um extrato e pediu explicações. Soube que a conta aberta em 2001 estava em pleno vigor e que, para o pagamento do seguro de vida, o banco havia concedido um cheque especial com limite de R$ 500,00 na abertura da conta. Informaram ainda que o talão de cheques e o cartão haviam sido entregues, conforme combinado. “Eu continuei dizendo que não tinha movimentado a conta durante todo esse período e aguardaria a emissão do extrato, que demorou cerca de 15 dias”, conta Quitéria, indignada. E mais: ela descobriu que seu nome estava na lista da Centralização dos Serviços Bancários (Serasa). “Quando vi o extrato, soube que o banco havia liberado um cheque especial para cobrir o débito do seguro. Enquanto tinha dinheiro, eles foram descontando, quando a conta ficou negativa, partiram para a cobrança”, conta.

A costureira nunca recebeu um extrato ou qualquer contato do banco. O Santander reconheceu o problema, mas não resolveu. O setor de cobrança continuou a ligar para Quitéria. Foi advertida de que, se não pagasse a dívida, seu caso seria encaminhado ao departamento jurídico.

Por meio de um amigo da família, ela e o marido souberam da existência do Idec. Entraram em contato, associaram-se e descobriram que a atitude do banco era completamente ilegal. Receberam ainda um modelo de carta para ser enviada ao banco. Quando Quitéria foi entregar a carta na agência do Banespa em Itaquera, mais uma surpresa: após ler a carta, o gerente negou-se a protocolá-la, alegando que poderia ter problemas futuros.

Quitéria foi embora desnorteada. Para seu espanto, duas horas depois, recebeu um telefonema do mesmo gerente dizendo que o problema seria resolvido em no máximo dez dias. Depois de cinco dias, nova ligação afirmando que tudo estava resolvido. O nome de Quitéria também foi retirado da lista da Serasa. “Conhecer os meus direitos foi fundamental, pois sem isso o banco sairia ganhando por conta do poder de pressão que exerce”, afirma, aliviada.

Fonte: www.idec.org.br/casos_reais




429 - 11/04/2005
Álvaro Pozzetti

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