Estevão alimentava conta do juiz Lalau

Isabella Abdala e Sônia Filgueiras


Na semana em que o ex-senador Luiz Estevão reestreava na sociedade brasiliense, um novo escândalo sobre o dinheiro desviado do TRT paulista o abateu. Três dias depois da festa de 15 anos de sua filha Cleucisinha no sábado 11, o Ministério Público e o Ministério da Justiça divulgaram a existência de três contas de Luiz Estevão nos Estados Unidos que alimentaram em pelo menos US$ 1 milhão a poupança do juiz Nicolau dos Santos Neto, no Banco Santander da Suíça. Para os procuradores, as remessas, feitas em abril de 1994, eram o que faltava para ligar o senador cassado ao juiz foragido. Com a ajuda de outros países, a investigação concluiu que passaram por essas contas US$ 19 milhões, entre 1992 e 1996. “Isso faz do ex-senador o maior beneficiário do esquema. Já na época da CPI sabia-se que ele havia recebido 36,5% dos R$ 169 milhões desviados da construção do fórum. Hoje, já devem ser mais de 40%”, diz a procuradora Isabel Groba. Segundo a Advocacia Geral da União, parte dos depósitos feitos por Estevão foi utilizada por Nicolau para a compra de seu apartamento por US$ 800 mil em Miami. “Isso não existe. Não sei de nada disso”, defendeu-se Estevão.

Conforme os documentos do Delta Nacional Bank, de Miami, as contas foram abertas pelo ex-senador em 1992, ano em que se iniciaram as obras do TRT-SP, em nome de Leo Green e James Towers. Para o MP, Leo é a abreviatura de Luiz Estevão de Oliveira e Green (verde em inglês) é associado à moeda americana. Já James Towers seria Jairo Torres, um dos diretores do Banco OK, do ex-senador. O MP suspeita que ele remeteu a Lalau outros U$ 3 milhões e pretende fundamentar um novo pedido de prisão contra Estevão.

Fonte: Terra Istoé




392 - 28/03/2005
Zóia

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