O Banco Central entregou ao comprador do Banespa ou seja, ao
grupo Santander, 4,2
bilhões de reais em Títulos do Tesouro, reajustáveis pelo IGP-DI
mais juros de 12% a.a.
Essa vultosa quantia foi destinada ao pagamento da
complementação da aposentadoria dos funcionários que ingressaram por
concurso no Banespa antes de 1975, ou seja, já decorrido mais de trinta
anos. Isto por conseqüência de Lei Estadual, quando o Governo do Estado de
S.Paulo era o sócio majoritário do banco, aprovado por Resolução do
Senado Federal.
Esse valor, atualizado até janeiro de 2005, equivale a sete bilhões e meio de reais
! Portanto, o Governo
Federal, no dia imediato à venda
começou a pagar ao
Santander um milhão de reais
a cada doze horas a título de correção e juros,
suficiente por si só para o pagamento dos aposentados
O GRANDE GOLPE
Emílio
Botín, Presidente do
Grupo Santander que está sendo investigado pela Justiça Espanhola sob
suspeita de falcatruas financeiras, engendrou: pego essa bolada, reduzo
o salário dos velhos e viúvas até virar pó e fico com a grana toda. E
ainda por cima, embolso todos os aumentos que esses aposentados receberem
do INSS !
Nota explicativa: A complementação dos
aposentados é feita mediante o que recebiam ou receberiam se estivessem no
serviço ativo, deduzido a parte que recebem pelo INSS ou seja,
inclusive os reajustes da Previdência Social.
Situação kafkiana ou maquiavélica ? Nada disso: “botiniana” ! Tanto que, Botín, na Assembléia de
Acionistas realizada no Palácio dos Festivais de Santander em 2003 afirmou: “ cumpridos os
objetivos marcados ao adquirir o Banespa, agora é preciso crescer
no negócio de banca comercial e de clientes”. Ou seja, Botín, mediante ameaças de
por na rua os funcionários que ainda restavam no serviço ativo, fez um
“acordo” com o Sindicato dos Bancários : congelamento por quatro anos
dos salários de todos, ativos e aposentados. E depois, por quê não ? Com os
sindicalistas do PT no bolso, exigirei mais dois anos de congelamento
!
Nota: os dados principais desse “acordo” (?) de 85
cláusulas e 158 parágrafos estão mostrados neste relatório, boa parte
deles para proteger os integrantes da diretoria do Sindicato e diretores
da associação dos funcionários da ativa, bem como a obrigação do Banespa
em “coagir” todos os novos empregados contratados a filiarem-se ao
Sindicato.
SANTANDER NA POLÍTICA
BRASILEIRA
Meados da campanha à Presidência da República, o Grupo
Santander desaconselhou investimentos no Brasil. Era a época do perigo
Lula. Essa recomendação
foi publicada pela mídia internacional.
Depois de realizado o “acordo particular” com o Sindicato dos
Bancários de São Paulo (dominado totalmente pelo PT) e, só após
devidamente homologado pelo TST, o Grupo Santander se torna um dos
maiores doadores para a campanha de Lula à Presidência. E logo empossado, Lula recebe o
Presidente do Santander em audiência especial em Brasília. Ficou a dúvida: foi para
agradecimentos recíprocos ?
Nota: O futuro Ministro Berzoini estava na quadra do Sindicato dos
Bancários, em seu terno azul, aflito para que fosse aprovado o “acordo”
conforme forçosamente ocorreu.
Quanto ao presidente do Sindicato, João Vaccari Neto, talvez a
promessa da presidência da CEF só não ocorreu por ação do Ministro Palocci
que, segundo boatos nos bastidores de Brasília afirmou “esse sujeito, cuja
competência não o permitiu de sair do balcão de caixa de agência do
Banespa, presidente da CEF ? Nunca !” (A imprensa brasileira
sutilmente publicou o fato).
Outras
atitudes não deixaram de ser tomadas pelo Santander: ceder para o governo
do PT na prefeitura de São Paulo o antigo Edifício Matarazzo. Construir a
maior árvore de Natal no Ibirapuera, dar “um milhãozinho” aqui, outro
acolá para este ou aquele.......... Afinal, só do dinheiro destinado
aos aposentados “entrava” dois milhões por dia
!
Desnecessário dizer aos que acompanham os passos do Santander
divulgados pela mídia. Sua política é de compra para revender mais caro.
Até a esposa do Governador Geraldo Alckmin caiu nessa !
FATOS ESTRANHOS
1º) Devido à abrangência nacional do Banespa, três bases sindicais
não aprovaram o “acordo” de 2001 que congelava os salários por três
anos. Tornava-se necessária
intervenção do TST para estendê-la às três bases insurgentes. Na
reunião de conciliação em Brasília, presidida pelo ministro Almir
Pazzianoto, sabendo este do valor deixado para o pagamento dos
aposentados perguntou: “os aposentados estão fora deste acordo?” – Sim,
foi a resposta do Sindicato dos Bancários e do Santander.
Na redação final do “ACORDO” homologado, os aposentados foram
incluídos no congelamento que também incluía congelamento retroativo de um ano,
ou seja, do período em que os bancários deveriam receber reposição
salarial correspondente a 1º de setembro de 2000 a 31 de outubro de
2001.
Evidente que aplicaram um passa-moleque nos Ministros do TST e
principalmente no Ministro Almir Pazzianoto. Afinal, o calhamaço com
85 cláusulas e 158 parágrafos, assinado pelos “legítimos” defensores
dos bancários, seguramente os defenderia das presas do banqueiro
espanhol.
2º) Não
satisfeito com a extorsão já praticada contra os aposentados e os
funcionários em atividade no Banespa, em 2004 o Santander resolveu
congelar os salários por mais dois anos, ou seja, atingindo seis anos !
Com esse
plano, considerando os reajustes do INSS no período e que indiretamente
vão para os cofres do
Santander, a complementação viraria pó para os aposentados e viúvas. O
dinheiro destinado pela UNIÃO para os aposentados, portanto repatriado
para a Espanha.
Como conseguir isso depois que a Fenaban (da qual o Santander
participa) já ter fechado acordo de reajuste
salarial com os bancários ? E para piorar, João Vaccari Neto que “fechara
o acordo” em 2001 se encontrava licenciado da presidência do Sindicato
? Simples: ameaçar por na
rua os poucos que ainda restam na ativa. Forçar nova negociação “em
separado” e “sentar” na mesa de negociação só com a presença do João.
E tudo transcorreu como da vez anterior: João, na quadra do Sindicato,
defendendo “fechar” com o Santander por mais dois anos ! O pessoal do PT lá presente,
aflito, talvez quem sabe contando com doação para a campanha da reeleição
de Lula e alguns deles, também
contando com futuros Ministérios ou presidência de estatais .....
CÓDIGO DE ÉTICA DO SANTANDER
Primeiro o lucro ! Se os
aposentados do Banespa reclamarem de que nos quatro anos de congelamento
(que se pretende estender para SEIS caso não haja interferência do TST),
ocorreram aumentos na conta
de água, que não tomem banho; aumento na conta de luz, que fiquem no
escuro; aumento de despesas condominiais e de aluguel, que vão morar na
rua e por fim, aumento no custo de remédios necessários aos velhos e
doentes...... que morram ! Assim ficaremos de vez com o dinheiro pago pelo
contribuinte brasileiro !
As viúvas, ah, ah, ah, estas que façam cirurgia plástica
(financiaremos a juros módicos) e arrumem maridos ou prostituam-se, ah,
ah, ah !
ACORDO SINDICAL OU
CONLUIO ?
Até a chegada do Santander no Brasil, os
sindicatos sempre lutaram pelo empregado. Pós Santander, pela primeira
vez na história do Brasil, um sindicato se colocou a serviço do patrão.
Infelizmente, um sindicato de tradições e lutas, que serviu de modelo ao
dos metalúrgicos na era Lula. Seu presidente, João Vaccari Neto, e vários diretores também
funcionários do Banespa, se tornaram presa fácil para o “negócio”.
Mostramos aqui algumas
cláusulas que, o mais parvo dos homens, o mais parvo
dirigente sindical jamais assinaria:
- Logo na Cláusula 1ª : “ REAJUSTE
SALARIAL: Os salários e demais verbas salariais vigentes em 31 de
agosto de 2001 terão seus valores mantidos em 1º de setembro de
2001* e a partir desta data, na vigência do presente acordo, ou de sua
prorrogação nos termos da cláusula 85ª (clausula de vigência). Serão
corrigidos ao término de cada período de 12 meses sempre que o índice da
inflação acumulada em cada um desses períodos, medido pelo INPC,
ultrapassar a 9,8% ** (nove inteiros e oito décimos por
cento).
Observações nossas:
-
*Considere-se que em 1º de
setembro de 2001 é data de reajuste da categoria. Deveria vigorar então
a correção correspondente ao período decorrido de um ano ou seja, na realidade, o
Santander congelava retroativamente os salários.
-
** Por quê o
Santander impôs este índice de 9,8 % ? R: aplicando-se sobre o IGP-DI
correspondente ao período decorrido (9,78%), e cumulativamente sobre os
anos de 2002, 2003 e 2004, e ainda, considerando que a parcela paga
pelo INSS sofreria reajustes,
o Santander
reduziria sua obrigação de complementar os salários pela
metade !
Foi o que aconteceu !
CLÁUSULA 85ª: “VIGÊNCIA: O presente Acordo
Coletivo terá a duração inicial de 2 (dois) anos, de 01 de setembro de
2001 até 31 de agosto de 2003, e ficará automaticamente prorrogado por
mais 1 (hum) ano, de 01 de setembro de 2003 até 31 de agosto de 2004
salvo se as partes, em negociação direta e de comum acordo (sic),
preferirem não prorrogá-lo em manifestação conjunta e escrita
anterior ao
termo final da sua vigência inicial.”
Comentário: Esta cláusula introduzida pelo
Santander no final do “Termo de Acordo”, previa que, decorridos os três
anos de congelamento, Emílio Botín chamaria o Sindicato dos Bancários e
lhe diria: “já ganhamos muito dinheiro após três anos de congelamento
(dois oficialmente acertados e o do ano retroativo); agora não queremos
prorrogar e sim dar aumento para os aposentados, a não ser que o Sindicato
não queira pois temos que manifestar isto conjuntamente”.
Pasmem ! Acreditem não se tratar de um conluio
! Esperar que um banqueiro propusesse de livre e espontânea vontade dar
aumento aos empregados ! Ou será que nos porões do Sindicato do PT ocorreu
ou “correu” alguma coisa ?
CONCLUSÃO: QUE CADA UM FORME O SEU PRÓPRIO
JUÍZO. QUEM SABE O MINISTÉRIO PÚBLICO RESOLVA INVESTIGAR. CORRETO ESTÁ NIETZSCHE QUANDO
AFIRMA HAVER DOIS TIPOS DE HOMEM: “O que é Senhor e o que é Escravo”.
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Levantamento da COMISSÃO DE APOSENTADOS
ESPOLIADOS.