Santander pede mais concorrência

Bancos
Luzón diz a Palocci que maior competição reduziria juro e aumentaria empréstimos

O diretor geral do grupo Santander para a América Latina, Francisco Luzón, defendeu ontem que é preciso haver mais concorrência no mercado bancário brasileiro. Em visita de cortesia ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci, ele apontou o aumento da competição como algo "fundamental" para aumentar o volume de crédito no país e reduzir as taxas de juros ao tomador final.

"Insistimos com o ministro na questão da concorrência", disse Luzón, ao deixar a sede do Ministério, em Brasília. Ele estava acompanhado do presidente do Santander no Brasil, Gabriel Jaramillo. "A competição é a chave para mais e melhores serviços, a preços menores", acrescentou.

Palocci pediu aos representantes do Santander que apresentassem, então, sugestões de medidas capazes de aumentar a concorrência entre os bancos no Brasil. Nenhuma proposta pronta chegou a ser entregue, mas foi prometido um estudo técnico neste sentido.

Na opinião de Luzón, uma das questões que precisa ser trabalhada é a possibilidade de um trabalhador assalariado mudar de banco. Sem dar maiores detalhes, ele disse que atualmente "há travas" que dificultam as pessoas a mudar de um banco para outro. Ele não explicou se estava se referindo à conta-salário, principal fator que prende trabalhadores assalariados a determinada instituição financeira.

Luzón negou que, a curto prazo, o Santander, que entrou no país via compra do Banespa, esteja pensando em fazer uma nova aquisição no Brasil. Mas o banco quer continuar expandindo sua base de clientes.

Ontem Palocci recebeu também a visita do presidente do Citigroup , Stanley Fischer. O ex-vice-diretor gerente do Fundo Monetário Internacional elogiou a política econômica do governo e, em especial, o resultado no campo das exportações. Ele disse ainda que o crescimento da economia está se dando de forma mais rápida do que o esperado. Mas alertou que, para dar sustentabilidade a esse crescimento, o país precisa da aprovação das novas reformas propostas pelo governo Lula (a exemplo da Lei de Falências).

 
Fonte: Valor Online 05 08 2004



034-05/08/2004-Cláudio

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