Fundos devem bater meta em 2005 com folga


Com taxa de juros real nas alturas, os fundos de pensão devem bater as metas atuarias com folga este ano. Esta é uma das conclusões da "6ª Pesquisa Econômica para a Indústria de Fundos de Pensão no Brasil", realizada pela consultoria Mercer. A pesquisa ouviu 25 gestores, que são responsáveis pela gestão de 89% do total de recursos administrados por terceiros no mercado brasileiro.

A conclusão geral, segundo Thyrso Pizzoferrato, consultor da Mercer, é que 2005 será um ano relativamente calmo na economia brasileira e externa. Os gestores projetam um crescimento de 3,7% para o PIB e um dólar médio de R$ 2,79. Alguns fatores, porém, podem atrapalhar a tranqüilidade do mercado; entre eles, o desempenho da economia americana e o valor do dólar no mercado internacional.

Com relação aos juros, o consenso é de taxas elevadas no primeiro semestre e de queda no segundo. A estimativa é de Selic média de 18,1% este ano. Já o IPCA deve ficar em 5,8%, o que dá um juro real de 12,3%.

Mesmo pelas previsões mais otimistas, o Brasil não deve cumprir a meta de inflação este ano, de 5,1%. Os gestores menos conservadores projetam que o IPCA feche 2005 em 5,3%, ou seja, pouco acima da meta (embora dentro do intervalo de variação, de 2,5 pontos percentuais).

Os analistas também apostam em um novo ano de alta na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A previsão é que o Ibovespa, o principal índice da Bolsa, suba 21,9% em 2005, melhor do que os 17,7% de 2004. Mas, segundo o consultor da Mercer, um desempenho ainda insatisfatório, dado o alto risco das ações e a possibilidade de ganhar, ao menos, 18% na renda fixa (que tem risco bem menor). O IBX-50, índice formado pelos 50 papéis mais líquidos da Bovespa, deve ter alta de 25,1%.

Ainda na Bolsa, os setores de petroquímica, mineração e os bancos são apontados como as melhores opções. As cinco ações mais atrativas pertencem a eles: Braskem, Petrobras, Caemi, Bradesco e Vale do Rio Doce.

Uma das estratégias dos fundos de pensão tem sido alongar o perfil das carteiras, trocando os papéis de curto prazo por aqueles de prazo mais longo. Pela pesquisa da Mercer, 2005 será um ano "ligeiramente favorável" para esse alongamento, na opinião de 61% dos gestores ouvidos; e 28% acham que será "totalmente favorável".

Altamiro Silva Júnior De São Paulo




334 - 18/02/2005
Celeste Viana

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