Banespiano contesta Jornal da Tarde II


    Prezados Senhores

Antes de qualquer coisa, um pequeno preâmbulo. No início da década de 50, uma de minhas melhores e mais marcantes lembranças era ir até a estação da EFCB, no distrito de Moreira César, município de Pindamonhangaba, esperar a chegada do Expresso SP/RJ, às 11,30 da manhã, quando chegavam o malote postal de São Paulo e os jornais do dia.

Meu pai acumulava as funções de Agente Postal com o de representante do ESTADO DE SÃO PAULO, e, então os habitantes daquela pequena localidade, com não mais que 3.000 habitantes se inteiravam das notícias do ESTADÃO.

Com muito orgulho eu pegava e minha velha bicicleta e ia, de casa em casa,  entregar naquele lugarejo o ESTADÃO, para cerca de 30 assinantes, conseguidos então pelo meu velho pai, que infelizmente já não está entre nós.

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Lá se vão mais de 50 anos. Continuo leitor (por enquanto) do ESTADÃO e do JORNAL DA TARDE, e para minha surpresa deparo com a notícia acima citada.

Hoje tenho 62 anos e sou aposentado do Banespa.

Estamos travando uma luta em que todos são contra nós, apenas velhos aposentados. Os políticos nos quais acreditávamos,  estão hoje no poder, e nos viraram as costas.

Não podemos fazer greve, a não ser greve de fome. Não temos representatividade sindical, pois o Sindicato dos Bancários, que teoricamente nos defenderia, é um aliado dos patrões, para exterminar nossos direitos adquiridos ao longo de nossas carreiras.

A matéria, na forma que foi postada, tende a dar mais uma mãozinha aos espanhóis para nos aniquilarem de vez e engordarem os seus exorbitantes lucros. Acho que eles não estão precisando disso, pois estão muito bem estruturados e assessorados.

Supomos que quando um jornal, com a credibilidade do ESTADÃO estampa uma determinada matéria, vai checá-la, ouvir e oferecer o mesmo espaço para aqueles que se julgam prejudicados, no caso, nós, os Aposentados do Banespa.

Certos de que a editoria deste jornal continua a preservar o espírito de seus fundadores, aguardo que sejamos convocados com a máxima urgência para que a verdade venha à tona, e que a realidade dos fatos se torne de conhecimento público.

Estou convicto de que a matéria não teve a intenção a que vem servindo, e também do espírito público e respeito a nós, cidadãos idosos, serão priorizados, e então teremos oportunidade de nos manifestar, através de nossa entidade representativa, a AFABESP. Informo, porém que a primeira audiência do dissídio, no TST, está marcada para 15/02/2005, na próxima terça-feira. 

Saudações

JOÃO BOSCO GALVÃO DE CASTRO




321 - 12/02/2005
João Bosco

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