Ato contra demissões em Florianópolis

    Trabalhadores e dirigentes sindicais do SEEB Floripa participaram hoje, quarta-feira, 4 de agosto, de um ato pelo Dia Nacional de Luta e Denúncias contra os abusos cometidos pelo Grupo Santander Banespa, que está com a previsão de fechamento de 14 agências em todo o país, no próximo dia 13 de agosto. Em Florianópolis o ato aconteceu das 10 às 12 horas, na frente das agências do Santander (na Praça XV de Novembro) e do Banespa (altos da Rua Tenente Silveira), com a distribuição de uma Carta Aberta à População, denunciando o problema. Atos estão programados para acontecer em todo o Brasil. A atividade também faz parte da Campanha Salarial 2004/2005 da categoria. "Estamos na rua para mostrar que diferentemente do discurso de responsabilidade social adotado pelo grupo, o banco espanhol continua gerando desemprego, com o fechamento de agências no Brasil e remessa dos lucros para fora do país. O momento é de reação da categoria. A hora é de reagir e não de desanimar", ressaltou o diretor do SEEB Floripa, Rodrigo José Matos.

Confira abaixo o texto da Carta distribuída, principalmente aos clientes do banco no dia de hoje:

Grupo Santander Banespa vai fechar agências e tornar atendimento ainda pior

Responsabilidade social só se for na Espanha

Os bancários do Grupo Santander Banespa estão vivendo sob permanente ameaça de desemprego, que tende a crescer com o fechamento de 14 agências em todo o país no dia 13 de agosto de 2004. Mas este não é um problema que atinge somente o trabalhador bancário, o desemprego tem suas repercussões pessoais e sociais, enquanto o fechamento das agências faz aumentar o número de pessoas sem acesso ao atendimento bancário e agrava-o nas unidades que restam. Enquanto fecham-se agências e demitem-se bancários, Francisco Luzón, responsável pela América Latina no Grupo Santander, declara, na Espanha, que na região 200 milhões de pessoas ou 85% da população não usa serviços bancários, e que, no Brasil, a porcentagem não deve ser muito diferente. Resumindo: uma coisa é falar e desfiar aparentes boas intenções, outra é a realidade de fechamento de agências e desemprego de trabalhadores.

A atitude do Grupo Santander Banespa demonstra que o discurso de responsabilidade social que o banco faz é mera publicidade e não tem correspondência no dia-a-dia. O seu lucro é um dos maiores do mundo e para ele foram importantes os bancários e o público brasileiros, contribuindo no ano passado com 25% de todo o valor. A contrapartida é o aumento do desemprego e o fechamento de agências em todo o Brasil. Um tratamento diferente do concedido aos trabalhadores espanhóis que, no caso de fusões, por exemplo, têm garantia de emprego. Hoje, enquanto o governo brasileiro se esforça para criar empregos, o Grupo Santander Banespa vai no sentido contrário. Dos seus 20 mil trabalhadores, 5 mil são estagiários e terceirizados, burlando às leis brasileiras.

Santander não cumpre Estatuto do Idoso

O Grupo Santader está descumprindo o Estatuto do Idoso congelando as aposentadorias dos cerca de 13 mil trabalhadores que já deram sua contribuição para o crescimento do banco, apesar de ter recebido do Governo Fernando Henrique R$ 3,9 bilhões em títulos federais para cumprir com o passivo trabalhista dos aposentados. Em novembro de 2000, o Senado Federal por meio da Resolução 118/97 autorizou a emissão destes títulos, com cálculo atuarial até o ano de 2024, o que significa dizer que com o congelamento, o Santander Banespa está se apropriando de recursos que não são dele para engordar mais ainda seu fabuloso lucro às custas dos aposentados e pensionistas do banco.

Praticando essa absurda apropriação indébita, o Grupo Santander Banespa, - que tão bem explora em suas propagandas a imagem de responsabilidade social e preocupação com o bem estar de seus clientes, está não só desrespeitando o Estatuto do Idoso, ao ficar com o dinheiro alheio em seus caixas, mas também colocando em situação mais difícil ainda milhares de homens e mulheres, justamente no momento em que eles mais mereceriam todo o respeito e atenção de empresários e governantes.

Diante de toda esta situação, os bancários do Grupo Santander Banespa estão realizando neste 4 de agosto um Dia Nacional de Luta e de Denúncias e contam com o apoio de todos os brasileiros contra a falta de respeito do grupo espanhol. Pelo fim do assédio moral, contra as tarifas e juros elevados. Por mais emprego, melhor atendimento ao cliente e respeito aos trabalhadores aposentados.

Confederação Nacional dos Bancários – CNB/CUT - Sindicatos e Federações Cutistas - Comissão de Organização dos Empregados do Grupo Santander Banespa - Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região (SEEB Floripa) - Associação dos Funcionários Aposentados do Banespa em SC (Afabansc)

Fonte: SEEB Floripa (Janice Miranda)


Bancários protestam contra demissões no Santander

 
Esta quarta-feira é dia de protestos contra o Grupo Santander/Banespa, que pretende fechar quatorze agências em todo o Brasil no próximo dia 13 de agosto. Apesar da lucratividade e do reduzido número de funcionários, o banco espanhol pretende demitir dezenas de bancários, sucateando o atendimento e ampliando cada vez mais o número de estagiários, hoje estimado em 5 mil.

Para evitar o fechamento das agências e a demissão de funcionários, bancários do Brasil todo realizarão uma série de protestos e distribuirão carta-aberta aos clientes explicando as condições de trabalho e a falta de respeito do Santander/Banespa com os usuários, obrigados a enfrentar filas cada vez maiores e a pagar novas tarifas periodicamente. Os sindicalista ainda agendaram uma entrevista coletiva com a imprensa, na sede da CNB/CUT, para denunciar a política dos banqueiros espanhóis. 

As atividades programadas para todo o Brasil tem o objetivo de sensibilizar os clientes e pressionar o banco a manter as agências abertas, e assim evitar mais demissões. No próximo dia 10 acontece uma nova rodada de negociações com o banco e o fechamento destas agências será prioridade nas discussões. 
Só o Banespa fechou o primeiro semestre com um lucro de R$ 865 milhões, o que não justifica as demissões. Este resultado prova que o Santander pode investir mais no atendimento, efetivando estagiários como funcionários e gerando empregos.

Ministério do Trabalho mobilizado – O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, está mobilizado para impedir o fechamento das agências do Santader/Banespa e a demissão de dezenas de bancários. Em reunião realizada com o movimento sindical, no último dia 30 de agosto, Berzoini afirmou que pedirá explicações ao banco sobre o assunto e se comprometeu em ajudar as entidades sindicais na solução do problema.

Para o secretário de Finanças da CNB/CUT, Paulo Stekel, que participou da audiência, a intervenção do ministro será muito importante para barrar o processo de demissões. "O Brasil está se esforçando para reduzir o desemprego e as notícias têm sido positivas. Mas os bancos, apesar de não enfrentarem crise, estão na contramão e causam mais desemprego", reforçou.

Na audiência com Berzoini, os bancários denunciaram ao ministro do Trabalho a decisão do Santander de fechar 14 agências, as demissões que estão feitas pelo banco – apenas em fevereiro foram cerca de 500 – e a falta de disposição da direção em negociar com seus funcionários.

Fonte:– CNB/CUT (Fábio Jammal Makhoul)




029-04/08/2004-Rossi

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