Após 10 anos, demitido do Banespa é reintegrado

O paulista Ricardo Ianelli, funcionário concursado do Banespa, em 1995, período em que o banco passava por uma polêmica intervenção do Banco Central, foi apontado pelos interventores do Banco Central como responsável por irregularidades encontradas e mandado para a rua, com a rubrica justa causa na carteira. Desde o primeiro momento porém, Ricardo sabia que não havia feito nada de errado, a não ser ter cumprido fielmente as determinações de seus superiores.

“Eu tinha mais de dez anos na empresa, sem nunca ter recebido nenhuma avaliação negativa ou advertência. Todas as minhas promoções foram por concurso e competência. Fiz o que me obrigaram a fazer, mas na hora do questionamento, nenhum dos diretores assumiu suas responsabilidades”, conta.

O bancário procurou orientação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que imediatamente colocou seu departamento Jurídico para trabalhar na reversão da sentença, que marcou Ricardo para sempre. Desde a demissão, seu padrão de vida simplesmente despencou – e por tabela o de sua família: mulher, duas filhas, pais e sogros.

“Eu me sentia como se tivesse sido carimbado. Nunca mais consegui emprego na área financeira e fui vivendo como podia. Felizmente, minha família me ajudou muito”, lembra. Atualmente, ele administra uma imobiliária, na Zona Leste da cidade, de um ex-cliente que virou amigo e entendeu toda a injustiça da situação.

Nos últimos dias de dezembro passado, Ricardo finalmente teve sua honestidade oficialmente atestada: sempre apoiado pelo Sindicato, recebeu a sentença, em última instância, de reversão da justa causa. Com a decisão, além do ressarcimento das devidas verbas trabalhistas, o trabalhador recebeu também o mais importante: o reconhecimento de quem pudesse um dia ter duvidado de seu caráter.

“Foi um erro muito grave e essa arbitrariedade do banco me custou 10 anos na vida e muito sofrimento para toda a minha família. Quero tudo que for meu de direito e, principalmente, espero que os bancos não cometam mais injustiças como a que sofri” , finaliza.

Reintegração no Itaú

Os bancos têm uma longa lista de casos de injustiça para com seus funcionários. O importante é o trabalhador saber dos seus direitos e procurar ajuda e orientação do Sindicato. Assim como fez Maria da Conceição Araújo Santos, do Banco Itaú.

Mesmo após 10 cirurgias (oito nas mãos e duas no joelho) e com problemas de LER, a bancária foi demitida no final de 2003. Após o Sindicato provar que os problemas haviam sido provocados pelas condições inadequadas de trabalho, o Itaú teve que reintegrar a funcionária, que hoje trabalha no Ceic. “Se não fosse o Sindicato estaria demitida. Ele é o representante legal para garantir nossos direitos e os bancários devem confiar no seu trabalho”, recomenda.

Fonte: Folha Bancária






280 - 06/01/2005
PRSeelig

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