ANALISE DE PERDAS "O crime que compensa
Eliel da Silva D'Ornelas


             Parabéns.

Todavia, gostaria da atenção de todos e uma reflexão sobre a parte que diz:  "A nossa atual constituição, reconhecida como cidadã, está amparando o criminoso, penalizando o cidadão de bem".


Pois bem, pelo que vem acontecendo, pelas denúncias das irregularidades muito bem colocadas no texto parece que é de se concluir que a nossa atual constituição não está sendo regularmente
aplicada, não que ela esteja amparando o criminoso e penalizando o cidadão de bem.

Os poderes públicos sim que estão, mediante total desrespeito  à nossa constituição "amaparando o criminoso, penalizando o cidadão de bem".

Jose Valente



"A nossa atual constituição, reconhecida como cidadã, está amparando o criminoso, penalizando o cidadão de bem. Parece história de criança, mas é a pura verdade. Principalmente, quando se trata do crime de "colarinho branco". Vejamos alguns fatos com relação de uma empresa multinacional, detentora de poder econômico, esfacelando os hiposuficientes e em conseqüência burlando o erário público, e, o que é pior, na frente do poder público, pois é por diversas vezes alertado sobre os crimes e " nada acontece."

Trata-se de um banco espanhol, que me recuso a citar o nome, pois até na hora de se escrever, ele fede, e faz mal. Este em 2000, comprou com a proteção do governo FHC, o antigo Banco do Estado de São Paulo S/A, logicamente o sucessor assume os direitos e obrigações do sucedido – é um princípio do direito comercial e trabalhista – mas nesse País, isto não acontece.

O Ministério Público e alguns juízes já defenderam os direitos dos aposentados – pessoas com mais de 65 anos de idade – que deixaram de ter suas aposentadorias corrigidas após 2000, pois aquele banco usando de estratégia maquiavélica iludiu alguns poucos funcionários da ativa – aproximadamente 2000 – e acima de tudo atinge os aposentados – aproximadamente 12.000 – quem o banco queria atingir e atingiu, quando propôs e conseguiu em um dissídio o congelamento de salários por quatro anos sucessivos para pessoas da ativa – estes mais jovens, visando tão somente atingir os aposentados, pois os da ativa serão demitidos de qualquer maneira – era só uma questão estratégica para matar alguns velhinhos mais rapidamente, devido a fragilidade natural da idade, e ir esfacelando outros velhos – aos poucos – até que todos morram de enfarto – úlceras – fraqueza – fome etc. Além disso sonega impostos previdenciários e de renda, recursos estes que poderiam estar suprindo a fome de muitos outros famintos no Brasil.

Tudo isto ocorre na frente dos Poderes Públicos e nada se faz para colocar na cadeia criminosos em escala, muito pelo contrário, houve até elogios por parte de um Governo – que se tratava de uma empresa que praticava responsabilidade social. Da mesma forma que fora feito os elogios, muitas outras pessoas vem concedendo CND’s – Certidões Negativas de Dívidas – para mafiosos em benefício próprio, graças a Deus alguns desses criminosos vem sendo presos – não sei se realmente ficarão presos. Mas o detentor do poder econômico – O BANQUEIRO – pratica crimes hediondos e nem suas obrigações trabalhistas são cobradas, apesar de a Lei dizer da sua preferência às demais obrigações.

Vejam uma pequena ilustração, se tomássemos por base um quantitativo de 12.000 aposentados com renda média de R$ 3.000,00, exemplificativa:

Ano 2000

Salário base 3.000,00

% au- men
to

Acrésc. salário

Novo salário Individ.

FGTS- SOBRE ACRÉSC-8,5%

I.R.SOBRE ACRÉSC-27,5%

2001

36 MILHÕES

5,5

1.980.000,00

3.165,00

168.300,00

544.500,00

2002

40.638.600,00

7,0

2.658.600,00

3.386,55

225.981,00

731.115,00

2003

43.889.649,00

8,0

3.251.040,00

3.657,47

276.338,40

894.036,00

2004

47.620.200,00

8,5

3.730.551,00

3.968,35

317.096,83

1.025.901,52

Tots

       

987.716,23

3.195.552,52

           

4.183.268,75

Fazendo uma pequena leitura na tabela acima, percebe-se que o hiposuficiente estaria recebendo em 2004 o salário de R$ 3.968,35, progressivamente, e que anualmente poderia pelo menos comprar alguns remédios que tanto precisa na sua idade avançada e quem sabe alguns ainda estariam vivos. Além disso sem contar: PIS, COFINS, CPMF etc, o erário público só em FGTS e IR está sendo lesado em R$ 4.183.268,75, que se dividíssemos por um salário mínimo de R$ 260,00, daria para beneficiar 16.089 outros famintos.

Infelizmente, neste País, não há Governo e os Poderes Públicos são cegos ou possuem cegueira artificial, pois o ordenamento jurídico, tanto fiscal quanto trabalhista possuem suas preferências, entretanto as ações públicas invertem as ordens e o crime passa a compensar.

Se o crime não compensa,
clamamos por justiça,
antes que não possamos mais clamar. "





209 - 14/11/2004
Eliel D'Ornelas

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