Fim de aumento real no piso da Previdência


             Com o título "Ipea quer fim de aumento real no piso da Previdência" a Folha de 14/11/2004, pág B3, publicou matéria  assinada por Marta Salomon.
Segundo a matéria, a previdência tem regras "muito benevolentes" é o que diz estudo apresentado por economistas do Ipea, vinculado ao Ministério do Planejamento.

E o que tal estudo propõe "é tão enxuto quanto explosivo" segundo a matéria.

No meu ponto de vista é coisa de mente doentia que não consegue compreender que a ciência econômica não é um fim em si mesmo, mas meio para garantir ao conjunto de cidadãos - sem o qual o Estado não tem razão para existir e portanto o Ipea e o Ministério também não - o mínimo de recursos que garanta a subsistência.

As propostas são um despautério: "reduzir o valor dos benefícios pagos a idosos e portadores de deficiência de baixa renda a 70% ou 80% do salário mínimo ... e só aos 70 anos" para os idosos; "fixar uma idade mínima para aposentadoria no INSS", especialmente as mulheres que "podem se aposentar com cinco anos a menos de tempo de contribuição. Mas vivem mais tempo..."; "acabar também com o benefício que a Constituição garante aos professores de aposentarem mais cedo."

Mas o trabalho "amadurecido durante quase um ano" começa por fraudar a premissa principal. Não considera as "contribuições à Previdência, mas apenas os gastos." Diante de fraude tão flagrante é de estranhar que tanto espaço tenha sido usado pela Folha e, pior, que o Ministério o Planejamento tenha pagado os salários de tais "pesquisadores" (é meu o destaque) durante este "quase um ano", salários esses que com certeza pagariam o benefício de vários idosos e deficientes de baixa renda durante o mesmo período.

E a  matéria acrescenta: "É verdade que muitas famílias são sustentadas pelas aposentadorias" o que deveria ter sido considerado antes de afirmar que "só 2% dos indigentes tinham mais de 65 anos no final da década de 90",   afinal, sem os "benefícios pagos a idosos e deficientes" o número de indigentes, inclusive acima de 65 anos seria muito maior.

Em tempo, sou bancário aposentado e recebo, mês a mes, com grande deságio, o que contribuí também mês a mês durante minha vida ativa.




208 - 14/11/2004
Elieu Sobral

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