Folha Santander
Banespa
O abono é pequeno, a estabilidade deve cumprir os 24 meses,
queremos os aposentados na luta para garantir o pagamento integral das
aposentadorias e que o acordo seja unificado para todos os funcionários do
Grupo.
O que pretende o Santander Banespa ao apresentar uma proposta
completamente diferente da convenção da Fenaban?
A resposta é simples, pretende reduzir a folha de
pagamentos.
Ao pagar abonos, a folha não incorpora
definitivamente o reajuste de 8,5% e os encargos (férias, 13º salário, FGTS,
INSS).
Não há qualquer dúvida que, a médio e longo
prazos, o reajuste é sempre melhor que abono. É a maneira real de manter o poder
de compra dos salários.
A categoria bancária decidiu neste ano, em
conferência da CNB CUT que não iria reivindicar abono. Entretanto, a
questão
é controversa entre os próprios bancários. Muitos acham – e brigam por isso -
que abono, mais a PLR e a segunda parcela do 13º salário resolvem seus problemas
imediatos. Muitas vezes o abono é, proporcionalmente, maior que o reajuste no
ano todo. É aí que está o seu encanto de sereia.
“De mercado” - No Santander Banespa, essa questão
deve ser vista com mais profundidade.
Qual a outra opção para reduzir a
folha de pagamentos? Ainda estamos no processo de ajustes de privatização, de
incorporação de um banco estadual, que tinha como política de RH a existência de
várias carreiras duradouras. O que não existe num banco “de mercado”, que
pratica uma política permanente de demissões, independente dos lucros. Mas, não
há como negar, o abono apresentado é muito baixo É por isso também que muitos
escolhem a proposta de acordo, levando em consideração o tempo de banco que têm,
pois pesam a distância da aposentadoria e o medo da demissão.
O principal problema da proposta do banco é que a
estabilidade de 6 meses é quase nada. Mas, comprovadamente, é a cada período de
estabilidade conquistado que muitos colegas já estão conseguindo chegar à
estabilidade pré-aposentadoria e sonhar acordado com a possibilidade real de se
salvar da demissão aos 40 ou 45 anos.
Na negociação dissemos ao vice presidente do
Grupo que a estabilidade deve cumprir todo os 24 meses de vigência do acordo.
Veteranos na luta - Este ano, o abono contempla
também os aposentados. Aqueles que têm melhores condições financeiras, que se
aposentaram no topo da carreira, podem escolher a sua proposta com muito mais
tranqüilidade. Já aqueles que têm os salários de base, devem fazer os cálculos
na ponta do lápis.
Se, para o pessoal da ativa, a crueldade está
na insignificância da proposta de estabilidade no emprego, o desafio para os
aposentados que desejam fazer a opção pelo INPC é também grande, significa que o
banco quer fazer caixa com um dinheiro garantido para as aposentadorias.
Mas, em vez de ficarem criticando
sindicalistas, devem lutar para forçar o Grupo a respeitar o compromisso de
pagamento integral das aposentadorias.
De tudo, um pouco - Há, em todos os cantos, uma
enorme ansiedade por receber a PLR e os “atrasados”. Afinal, está todo mundo
precisando do dinheiro, mas só com o final da luta da categoria é que se iniciou
a primeira negociação com o Banespa.
É preciso muita calma nesta hora. Que a nossa
pressa não seja amiga de um acordo ruim ou decidido intempestivamente e que
poderá deixar conseqüências no curto prazo.
Como sempre, entre nós, teremos pessoas alheias
ao processo, preocupadas com o trabalho, com a família ou faculdade. Temos
conflitos entre aposentados e funcionário da ativa, ou quem tem mais tempo de
banco com quem está longe de se aposentar, ou ainda quem está na estabilidade
pré-aposentadoria ou que está bem próximo.
Por isso optamos por publicar este jornal abrindo o
debate, para que todos façam suas contas.
Seja lá qual for a sua opção, esteja certo que
o caminho é o de sempre: só a nossa mobilização e a luta podem frear os ajustes
da privatização.
Lembre-se o pai da confusão chama-se Santander
Banespa privatizado. Nós estamos dispostos a organizar a luta.
E você, vai participar? - Decidir qual é o melhor
acordo é de menos, pois nossa luta maior é a garantia dos empregos e a
manutenção permanente da assistência à saúde da Cabesp e das aposentadorias pelo
Banesprev.