Vamos botar a cabeça no lugar


             Caros colegas

           

Algum tempo atrás escrevi “vamos levantar a cabeça”
pelo desânimo de então e agora

“vamos botar a cabeça no lugar”,

pela turbulência do momento presente.

Toda essa celeuma causada por um dos parágrafos da “Denúncia”  de lavra da Afabesp e Sinfab não pode ser motivo para nos degladiarmos, para que isso sirva de deleite para o Santander.

Nosso grupo é constituído de pessoas bem esclarecidas e amadurecidas e porisso mesmo todas aptas a encarar democraticamente as diversas posições assumidas por cada componente e até mesmo por todas as nossas entidades representativas. Sempre haverá os contra e os a favor de qualquer coisa.

Temos que levar em conta que aqui mesmo neste fórum já houve quem chamasse sindicalistas de coisas piores do que as que ora se reclama na Carta-denúncia da Afabesp.

Em cada base sindical, inclusive nas da minha região (eixo-Brasília-Goiânia), cada um de nós sabe quem está do nosso lado e quem está contra nós no meio sindical; inclusive alguns que hoje se dizem insatisfeitos com os adjetivos colocados na carta-denúncia, quando da negociação e dissídio coletivo do BB e CEF chamaram sindicalistas daqui de Brasília, mais especificamente da Contec de pelegos e outras coisas mais. Ora, temos que ter coerência: se alguns dias atrás eles existiam, porque agora não existem mais? É claro que existem. Quantos são, quem são e onde estão, só aqueles a quem serve a carapuça poderiam responder.

Não estamos mais falando aqui e nem a Afabesp falou do acordo de 2001, mas do presente, de 2004, que está em pauta.

Da mesma forma, como em qualquer meio, a maioria de sindicalistas é composta de gente batalhadora e voltada para os interesses coletivos, mas não há como negar a realidade de que há também os de má formação e conduta.

Talvez nem fosse necessário, mas algumas mensagens podem ser citadas, como a do Bosco, que apesar da restrição ao “parágrafo da discórdia”, enaltece a coragem da denúncia; do José Horácio de Limeira, que já deve estar calejado pelas pancadas que tem levado por ter coragem de assumir posições firmes e coerentes; do Luiz Mraz, que confirma o que está na carta-denúncia; do Guilherme Nardini, que concorda com a denúncia em todos os sentidos; da Oneide que agradece a iniciativa da denúncia e outras mensagens que minha memória não traz no momento.

Enfim, sempre reclamamos de falta de iniciativas e quando aparece uma vamos criticá-la? Se há a falha apontada por alguns, do que discordo, isso não invalida a iniciativa. Quanto ao alcance da denúncia, talvez seja o mesmo de outras idéias lançadas por diversos colegas nos últimos tempos; o que não podemos é ficar inertes.

Não é possível que alguém possa imaginar que houve qualquer maldade da Afabesp em colocar uma situação que realmente existe e como já disse, cada um de de nós sabe o que se passa em nossa base.

Também não vejo motivo para a Afubesp se ofender com o tal parágrafo e acho que precisamos continuar todos unidos.

O que não se pode julgar é que a Afabesp esteja querendo pular fora da negociação, pois isso daria o direito também de alguém achar que a Afubesp estaria procurando um pretexto para eventual insucesso de nossa campanha salarial; não é nada disso: temos que vencer ou perder todos juntos, sem ficarmos jogando a culpa nesta ou naquela entidade, pois os objetivos são comuns a todas elas.  Dentre desse rio turbulento que é essa “encrenca” chamada Santander, “ou nos salvamos todos de morrer afogados ou morremos todos abraçados”.

Democraticamente, como também não sou o dono da verdade, aceito qualquer discussão a respeito da presente mensagem, pois a discussão sadia, sem baixarias, só nos enriquece como também à nossa causa.




182 - 06/11/2004
Ademar Vanini


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