Folha Bancária condena abono


             O jornal do Sindicato dos Bancários de São Paulo em sua edição nº 4633 condena a política de concessão de abonos anuais por rebaixarem a base salarial: “para ter uma idéia de quanto o poder aquisitivo vem sendo corroído, principalmente por uma política de abono, basta verificar que, no início do plano real, o piso da categoria equivalia a 4,3 salários mínimos e hoje está por volta de 2,6 mínimos” por mais incrível que pareça os espanhóis estão nos oferecendo abono de valor irrisório em troca de aumento nos salários!

 

Fundo: um salto no escuro

 

Na proposta oferecida, além do congelamento de mais 2 anos e outros absurdos, o Banco propõe que aceitemos migrar para um fundo do qual não se tem a menor notícia e desistamos dos nossos direitos de receber a complementação diretamente do Banco, livrando-o das suas obrigações para conosco. Alguém em sã consciência aceitará ir para um fundo do qual nada se conhece? O Banco poderá retirar o patrocínio desse fundo a qualquer momento? Estará o Banco obrigado a cobrir o déficit atuarial que se verifica todos os anos? Quem terá a obrigação de cobrir esse déficit? Quem administrará esse fundo? Merecerão confiança esses administradores? Poderemos nos considerar seguros pelos próximos 20 anos com relação à sobrevivência desse fundo?

 

Depois de alguns meses, rua!

 

Certamente o Banco vai tentar chantagear de novo com o assunto demissões. No começo do ano foram demitidos 600 colegas. Somente agora com a discussão desse acordo maléfico é que o Banco voltou a ameaçar com novas demissões com o claro intuito de chantagem. Não é de se duvidar que seja oferecido um pequeno  prazo de estabilidade com a finalidade de cooptar alguns dirigentes sindicais menos conscientes. Se isso acontecer, de que valerão alguns meses ou, quem sabe, um pouco mais de tempo de estabilidade? Não podemos nos iludir. A intenção do Banco é rebaixar salários para depois demitir com menos encargos. Esperamos que nossos dirigentes sindicais não se deixem seduzir novamente.

 

Cabesp

 

Para nós a Cabesp já integra nosso contrato de trabalho há 36 anos quando foi fundada não podendo por isso ter sua situação modificada a não ser por meio de assembléias. No entanto o edital de privatização, edital desonesto, diga-se de passagem, prevê que o Banco está obrigado a manter as mesmas condições da Cabesp por 5 anos, prazo esse que vai até novembro de 2005. Por esse razão devemos rechaçar  a atitude do Banco de usar a Cabesp como chantagem para renegociação desse acordo indecente. Se o banco quiser discutir com seriedade t4eremos até o fim do ano que vem para conversar sobre a Cabesp. Não nos esqueçamos que a Cabesp é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos e que não tem dono. Sua vida é dirigida por um estatuto devidamente aprovado e registrado.



Sinfab




155 - 23/10/2004
Washington


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