Campanha Salarial - Carta ao Pessoal da Ativa


            

Prezados Colegas,

 

A Afaban de Campinas e Região desenvolveu um manifesto dirigido aos funcionários banespianos da ativa, explicando-lhes os males que a política dos abonos vêm causando à categoria em geral, a posição do sindicato de São Paulo, as perdas dos bancários, em especial os banespianos, e os lucros dos banqueiros, em especial o Santander.

 

Finalmente conclamamos o pessoal da ativa a nos acompanhar nas assembléias para rejeitar essas propostas indecentes e humilhantes. 

 

Iniciamos a entrega hoje nas agências de Campinas e cidades da região, inclusive naquelas que não fazem parte da Afaban. A entrega está sendo feita diretamente aos funcionários dentro das agências ou quando da entrada do pessoal. A receptividade está sendo ótima, inclusive entre os gerentes.

 

Aos colegas que desejarem fazer o mesmo segue, a minuta do manifesto citado.

 

Atenciosamente,

 

Afaban-Campinas e Região

Sebastião – presidente.

 

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               AOS COLEGAS BANESPIANOS

 

Estamos no limiar do desfecho da Convenção Coletiva dos bancários.

 

O Banespa Santander é o único banco no Brasil que insiste em fazer acordo em separado. E nesses famigerados acordos, como em 2001, o banco ofereceu o congelamento do nosso salário em troca de abonos, que não incorporou no salário e outros itens que o próprio banco não cumpriu, como a garantia de emprego. 

 

Abono

É uma forma perversa e cruel de transferir renda dos trabalhadores para os banqueiros, no nosso caso os espanhóis do Santander. Com isso eles aumentam seus já polpudos lucros. Aumento real incorpora ao salário e é para toda a vida enquanto que o abono é pago uma única vez. Quem ganha?  Lógico, o Santander. Nós perdemos sempre. Vejamos:

·    Incidência da alíquota do Imposto de Renda em 27,5%, descontado na fonte. Ex:  para abono de R$4.000,00, o I.R. será de R$ 1.106,70; o líquido será de R$ 2.893,30.

·    Não incide no cálculo do próprio salário, horas-extras, férias, 13º salário, abono de férias, PLR e em eventual PDV.

·    Não incorpora nos valores repassados a Cabesp.

·    Não é recolhido ao FGTS.

·    Não é computado para a média dos 36 últimos salários para do cálculo da aposentadoria.

·    Lesa os trabalhadores em geral ao não recolher ao INSS os 22% (partes do patrão e dos empregados) e ao FGTS, 8%.

 

Nessa campanha salarial (Convenção Coletiva) o Sindicato dos Bancários de São Paulo condena o abono. Folha Bancária nº 4633 de 13/09/04.

 

Perdas e Lucros

·    Em 1995 o número de bancários era de 558.700, em 2003 era de 405.500. Redução de 27,4%. Significa demissões em massa.

·    A partir do Plano Real houve aumento exorbitante na cobrança de tarifas. Hoje as tarifas cobrem totalmente as folhas de pagamento dos bancos.

·    A rentabilidade dos bancos em relação ao patrimônio líquido era de 9,8% em 1994, em 2003 foi de 20,0%. O Santander/ Banespa lucrou, a partir da privatização em 2000, mais de 6,50 bilhões de reais.

·    No mesmo período o piso salarial dos bancários caiu quase à metade – passou de 4,3 para 2,6 salários mínimos.

·    Desde 2001, com a adoção do abono, a perda salarial dos bancários já chega a 14,11%.

 

·    Tudo que foi dito acima é agravado, e muito, no Santander Banespa onde prevalece o congelamento de salário desde setembro de 2000.  A perda é superior a 37%.

 

CHEGA DE ABONOS, CONGELAMENTOS E DE HUMILHAÇÕES.

QUEREMOS NO MÍNIMO O ÍNDICE DA FENABAN E QUE SEJA INCORPORADO AO NOSSO SALÁRIO.

 

Vamos agir com altivez e dignidade. 

Vamos marchar unidos nas assembléias, aposentados e ativos, para rejeitar qualquer proposta que não seja digna e que não atenda ao que é nosso direito.

                                                                                                                       Campinas, 11/10/2004.

 

AFABAN - CAMPINAS E REGIÃO

Associação dos Funcionários Aposentados

do Banco do Estado de São Paulo




149 - 14/10/2004
Ariovaldo Cavarzan


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