Só união permite direitos iguais para todos os bancários do país



            Convenção coletiva já tem abrangência nacional, mas é preciso fortalecer unificação

Uma convenção coletiva válida para todo o território nacional é conquista inédita da categoria bancária do Brasil. Ela é resultado da campanha salarial de 1992, após anos de debate entre banqueiros e trabalhadores. Com isso, todas as cláusulas econômicas e sociais que regem as relações de trabalho nos bancos valem para todos, seja nos grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, seja em agências de pequenas cidades do interior de todos os estados brasileiros.

Apesar dessa abrangência igualitária, várias manobras governamentais – especialmente desde o início dos anos FHC – causaram a divisão entre bancários de instituições privadas e públicas. Estes últimos tiveram de aceitar reajustes diferentes daqueles firmados com a Fenaban (veja tabela), acumulando perdas salariais. Mas no ano passado os trabalhadores dos bancos públicos voltaram a ter salários reajustados pelo mesmo índice negociado à mesa da Fenaban, de 12,6%, o maior aumento conquistado pelos cerca de 200 mil funcionários do BB e empregados da Caixa Federal, entre outras instituições, nos últimos anos. A conquista da unificação também significou o início da recuperação do poder de compra dos seus salários, além de reabrir negociações permanentes sobre questões específicas de cada banco.

Nesta campanha em curso, BB e CEF já assinaram pré-acordo comprometendo-se a cumprir o que for firmado com a Fenaban, além de as respectivas comissões de empresas terem conquistado avanços nas questões específicas.

Isolados – Um exemplo do que pode acontecer quando parte de uma categoria profissional se isola para enfrentar os patrões: no Distrito Federal, os funcionários do BRB também estão em campanha salarial, mas paralelamente à mesa da Fenaban. Resultado: depois de uma proposta do banco de 0%, rejeitada, as negociações chegaram a uma proposta de 6,2% de reajuste salarial sobre todas as verbas, com exceção do tíquete-refeição (pagos em duas parcelas de 3,1%, em setembro deste ano e março de 2005), mais abono de R$ 500. Os funcionários rejeitaram a proposta, exigem que o BRB cumpra o que for contratado com o restante da categoria no país e ameaçam entrar em greve.





138 - 06/10/2004
Celeste Viana


VOLTAR