Polícia prende candidato a prefeito de São Paulo junto com bancários | |
| SÃO PAULO - A greve dos bancários teve nesta quinta-feira o dia mais tenso desde o início da paralisação, no dia 15 deste mês. Os trabalhadores cumpriram a promessa de radicalizar o movimento e fecharam agências de bancos que conseguiram ordem judicial para manter os locais de trabalho abertos. Houve tumulto e pancadaria com a chegada da Polícia Militar no Centro e em vários bairros da Capital. A confusão começou de manhã na agência da Nossa Caixa na Rua XV de Novembro, no centro financeiro da cidade. Os bancários tentaram impedir que os PMs abrissem o local. Manifestantes que estavam em frente à agência foram agredidos pelos policiais. Um dos diretores do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Osasco e candidato a prefeito da capital pelo PSTU, Dirceu Travesso, foi detido duas vezes e encaminhado ao 1º Distrito Policial (Sé). Na delegacia, os PMs alegaram que o sindicalista impediu a entrada de uma funcionária na Nossa Caixa. - Não impedi ninguém de entrar e estava tentando convencer os bancários a aderir à greve. Os banqueiros estão usando a polícia para quebrar o movimento, que está crescendo em São Paulo e em todo o país - disse Travesso, garantindo ter sido jogado no chão e colocado num camburão. A assessoria de comunicação da Polícia Militar divulgou nota à noite, informando que "agiu em cumprimento à manutenção da ordem, garantindo a entrada dos funcionários ao trabalho e também o direito à manifestação dos grevistas". Sobre o incidente com o dirigente do sindicato, a PM divulgou que "não houve arbitrariedade na detenção do sindicalista". O Banco Nossa Caixa também divulgou nota informando que "recorreu ao Poder Judiciário para garantir o livre acesso dos funcionários às suas dependências" e que por causa da "pressão exercida na portaria da sede da instituição, impedindo a entrada dos funcionários, o banco recorreu à PM para assegurar o cumprimento da ordem judicial". Luis
Alfredo Dolci e Maria Fernanda Blaser - Diário de
S.Paulo
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