Pesquisa da Fundação Procon-SP revelou que a taxa média de juros para empréstimo pessoal teve alta de 0,06 ponto porcentual em dezembro em relação ao mês anterior. De acordo com a pesquisa mensal da entidade, a alta interrompe quatro meses de reduções nas taxas.
O resultado indica que os bancos vão à contramão da trajetória de queda da taxa básica da economia (Selic) estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano. No cheque especial, a média permaneceu praticamente inalterada.
Os “culpados” pela elevação da média foram os bancos Real e Caixa Econômica Federal. O primeiro, elevou as taxas de 5,9% para 6,5%, tornando-se o empréstimo pessoal mais caro do mercado. A instituição pública federal elevou de 4,62% a 4,68% ao mês. O Banco do Brasil fez o caminho inverso, ao promover uma discreta redução de 0,03 ponto percentual, para 4,62%. Os demais mantiveram as taxas.
“Quando a Selic está alta, os banqueiros dizem que não abaixam os juros cobrados por causa dela, mas quando a taxa básica da economia cai, nada de redução”, protesta Carlos Cordeiro, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Para o dirigente, a diminuição apresentada nos meses anteriores não chegava a representar sinais verdadeiros de melhora no cenário, porque foram muito pequenas.
“Mas essa inversão de tendência é ainda mais preocupante, porque o Brasil precisa baratear o crédito para incentivar o crescimento econômico e a geração de trabalho e renda. O crédito pessoal, ao fomentar o consumo, ajuda a aquecer a economia, especialmente num período como o de final de ano, mas a voracidade dos bancos parece não ter fim”, lamenta.
O levantamento do Procon foi realizado no dia 1º de dezembro em dez instituições financeiras: HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real e Unibanco.
Fonte: Contraf-CUT e Procon
| |