A aprovação do projeto que prevê a reposição das perdas dos benefícios com a criação de um índice individual com base no piso da Previdência só acontecerá se houver muita negociação no Senado Federal. O governo não gosta projeto e não tem intenção de vê-lo na pauta de votação.
"Não há determinação do governo para se discutir qualquer mudança nas regras de concessão de benefícios", disse o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Pelo projeto aprovado na semana passada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, o valor do benefício de cada aposentado seria vinculado a um índice relativo à quantidade de pisos na data concessão. Desse modo, o poder de compra do aposentado seria mantido.
"O projeto prevê, inclusive, um período de transição de cinco anos, para que aos poucos o governo vá recuperando o valor das aposentadorias já concedidas", explicou o senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA), que fez alterações no projeto, originalmente de Paulo Paim (PT-RS).
O coro dos senadores contra a proposta engrossou. "Não acredito que o projeto seja aprovado. Os custos da Previdência devem ser analisados cuidadosamente", disse o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO), relator do Orçamento de 2007, também vê com receio a proposta. "O governo não tem como assumir um custo tão grande", disse.
Os senadores que apóiam o projeto garantem que vão se empenhar pela aprovação da reposição das aposentadorias.
Mas a oposição diz que vai lutar a favor do projeto. "Querem usar o aposentado como bode-expiatório. Não é justo permitir que alguém que se aposentou com cinco mínimos há alguns anos, receba hoje menos do que três salários", disse o senador César Borges (PFL-SP).
Fonte: Agora São Paulo
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